Boticário vai usar chip que simula órgãos para testar cosméticos
Depois de começar a usar pele criada em laboratório para testar produtos, o Grupo Boticário deve iniciar ainda este ano testes de seus cosméticos com um chip que simula reações de órgãos humanos.
Segundo a empresa, a tecnologia "Organs on Chips", vai permitir identificar possíveis reações alérgicas causadas por produtos cosméticos a partir da pele.
Os testes em laboratório estão previstos para começar ainda este ano, e os primeiros produtos testados a partir de órgãos simulados em chip devem ser lançados em 2017, de acordo com o grupo.
A tecnologia utilizada para o desenvolvimento do chip é da empresa alemã TissUse e o desenvolvimento no Brasil será feito em parceria com o LNBio (Laboratório Nacional de Biociências).
"Essa tecnologia tem potencial para substituir com vantagens o uso de animais [em testes]", afirma Eduardo Pagani, gerente de desenvolvimento de fármacos e cosméticos do LNBio.
Segundo o grupo, o investimento da primeira fase do projeto de testes com a nova tecnologia é de R$ 1,5 milhão. Deste total, a empresa deve contribuir com até R$ 500 mil e o restante virá da iniciativa pública, por meio do LNBio, que é ligado ao CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais).
Pele criada em laboratório
No ano passado, o Grupo Boticário começou a usar uma pele criada em laboratório para testar produtos, como cremes e maquiagens.
O material é utilizado para o teste de matérias-primas e produtos acabados, como cremes, loções e maquiagens.
Para elaborar a pele são utilizadas células isoladas a partir de tecido descartado de cirurgias plásticas. Segundo a empresa, o uso desse tecido só é feito quando há o consentimento do doador e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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