Apesar de corte, Brasil continua sendo país que paga juros reais mais altos
Apesar da decisão do Banco Central de baixar a taxa básica de juros (Selic) de 14,25% para 14% ao ano, o Brasil continua sendo o primeiro no ranking de países com maiores juros reais (descontada a inflação), bem à frente do segundo colocado. Os juros reais descontam a inflação projetada para os próximos 12 meses.
O país só perderia essa liderança se houvesse um corte de 4,75 pontos percentuais.
Juros altos fazem dívida crescer
Os juros altos fazem a dívida pública crescer, porque boa parte dela tem o rendimento calculado com base na taxa básica de juros (Selic).
Funciona assim: o governo emite títulos de dívida pública para captar recursos no mercado e financiar suas atividades. Os investidores compram esses títulos e, em troca, recebem no futuro o valor emprestado mais juros.
Esses juros são calculados de acordo com a variação da Selic. Portanto, quanto maior é a taxa Selic, maior será o gasto do governo com a dívida pública.
Juros afetam emprego e Bolsa
Além disso, juros altos tornam os títulos públicos bastante atrativos aos investidores: basta comprar os títulos para garantir um bom rendimento, graças aos juros altos.
Por outro lado, isso também atrai recursos que seriam investidos em empresas para aumentar ou melhorar sua produção. Com menos investimentos, diminui a atividade econômica do país e pode haver alta no desemprego.
Juros altos também tendem a ter efeito negativo para a Bolsa de Valores. Para os investidores, é melhor garantir os ganhos com renda fixa a arriscar investindo em ações.
Ranking de juros reais
Veja quem tem os maiores juros reais:
- Brasil: 8,49%
- Rússia: 4,27%
- Colômbia: 3,61%
- Argentina: 2,55%
- China: 2,30%
Na outra ponta, os menores juros reais são:
- Venezuela: -70,64%
- Suécia: -2,07%
- Estados Unidos: -1,95%
- Dinamarca: -1,92%
- Reino Unido: -1,91%
Juros nominais
No entanto, falando de juros nominais, ou seja, sem descontar a inflação, Argentina e Venezuela aparecem na frente do Brasil.
Veja quem tem os maiores juros nominais:
- Argentina: 26,75%
- Venezuela: 21,99%
- Brasil: 14%
- Rússia: 10%
- Colômbia: 7,75%
Na outra ponta, quem tem os menores juros nominais:
- Japão: -0,10%
- Suécia: -0,50%
- Dinamarca: -0,65%
- Suíça: -0,75%
Pesquisa
O ranking tem 40 países e, portanto, não inclui todas as nações do mundo, mas somente economias relevantes. Os dados foram levantados pelo portal MoneYou, do economista Jason Vieira.
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