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Prejuízos da Operação Carne Fraca podem ser "estratosféricos", diz Maggi

O ministro da Agricultura Blairo Maggi (terceiro da esq. para a dir.) participa de audiência no Senado sobre a operação Carne Fraca - Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Agricultura Blairo Maggi (terceiro da esq. para a dir.) participa de audiência no Senado sobre a operação Carne Fraca Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo*

22/03/2017 16h44Atualizada em 22/03/2017 18h08

As suspeitas em torno da qualidade da carne brasileira, geradas pela operação Carne Fraca da Polícia Federal, arranharam a imagem do Brasil no exterior e podem resultar em um prejuízo de valores "estratosféricos", afirmou nesta quarta-feira (22) o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.

Em audiência conjunta das comissões de Agricultura e de Assuntos Econômicos do Senado, Maggi disse que os importadores de carne brasileira que mais preocupam o governo brasileiro são China e Hong Kong, que ainda não se posicionaram claramente sobre embargos.

"Estamos falando de números estratosféricos, não sabemos o tamanho da pancada que vem por aí", disse o ministro.

Para exemplificar, Maggi citou números da média diária de embarque de carnes, de cerca de US$ 63 milhões.

"No dia de ontem tivemos US$ 74 mil", afirmou o ministro.

Maggi disse ainda que o Brasil tem conversado com diversos países compradores e admitiu preocupação especial com relação à China e à Hong Kong. Segundo ele, o mercado está em "compasso de espera" pelas reações desses dois importantes compradores.

"Sobre China e Hong Kong, estou muito preocupado. Não quero dar nenhum sinal positivo, porque não tem. China e Hong Kong são os nossos maiores mercados e estamos permanentemente em conversas com eles para resolver essa situação", disse Maggi. O ministro também afirmou que ele e sua equipe estão prontos para visitar os dois países, caso seja necessário.

Para ele, o "melhor dos mundos" é o problema ficar restrito aos 21 frigoríficos abarcados pela investigação da Polícia Federal e não ser tratado de forma generalizada.

"Os países com quem nós conversamos já esta acertado, nós não teremos problemas além desses 21 estabelecimentos”, afirmou.

"Agora, a imagem do Brasil ficou arranhada", admitiu. "É um sentimento que tem na população brasileira e fora daqui, então, os prejuízos que vamos ter vão ser muito grandes", disse, acrescentando que o país terá uma oscilação de mercado de aproximadamente 10%.

* Com informações da Reuters