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Prévia da inflação em 12 meses é a menor para setembro em 19 anos

Do UOL, em São Paulo

21/09/2017 09h03Atualizada em 22/09/2017 10h26

Com a desaceleração do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), em setembro, a inflação acumulada em um período de 12 meses no país é a mais baixa em quase 20 anos. 

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (21) que a alta dos preços foi de 0,11% em setembro, após registrar 0,35% no mês passado. O resultado do IPCA-15 de setembro foi, assim, o menor para o mês desde 2006 (0,05%).

Considerando a prévia acumulada em 12 meses, a alta dos preços é de 2,56%, abaixo dos 2,68% registrados em agosto e a menor alta de preços em 12 meses para setembro em 19 anos, desde 1998 (2,45%).

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A prévia acumulada continua abaixo da meta de inflação do governo. O objetivo em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%. 

Se a tendência se confirmar, 2017 será o primeiro ano em que a inflação termina abaixo do objetivo desde que o sistema de metas foi adotado. O BC descumpriu a meta três vezes nas últimas duas décadas, mas em todos esses casos entregou a inflação acima do objetivo.

No acumulado deste ano, a prévia da inflação é de 1,9%, também a menor desde setembro de 1998 (1,63%). 

Passagens aéreas sobem mais de 20%

A alta dos preços na prévia de setembro, ainda que tímida, foi puxada principalmente pelos gastos com passagens aéreas (+21,3%) e combustíveis (+3,43%), especialmente a gasolina (+3,76%) e o etanol (+2,57%).

Esses dois itens ajudaram no aumento de 1,25% nos preços dos transportes, que correspondem a 18% das despesas das famílias.

Alimentação mais barata

A alta nos transportes foi compensada pela queda de -0,94% dos preços dos alimentos e das bebidas, que representam cerca de 25% das despesas das famílias.

A queda foi maior entre os produtos para consumo em casa (-1,54%), com destaque para o tomate (-20,94%), o feijão-carioca (-11,67%), o alho (-7,96%), o açúcar cristal (-4,71%) e o leite longa vida (-3,83%).

Todas as regiões pesquisadas registraram quedas nesse setor.

Juros X Inflação

A desaceleração da prévia da inflação neste mês pode dar ao BC motivo para reduzir o ritmo de corte na taxa básica de juros na reunião de outubro.

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 

Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o órgão decidiu cortar a taxa de juros pela oitava vez seguida. Ela passou de 9,25% para 8,25% ao ano, menor nível desde julho de 2013.

Na ocasião, o banco sinalizou que o ciclo de cortes deve ter "encerramento gradual" e que isso dependerá "da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)

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