Uso de informação privilegiada: entenda acusação sobre os irmãos Batista
A PF (Polícia Federal) indiciou nesta quinta-feira (21) os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, por uso de informações privilegiadas e manipulação do mercado financeiro. Eles estão presos na carceragem da PF em São Paulo desde a semana passada.
O relatório com o indiciamento será agora encaminhado ao MPF (Ministério Público Federal), a quem caberá decidir se oferece denúncia contra ambos à Justiça.
Procurados, a JBS e advogados dos irmãos Batista não se manifestaram imediatamente.
O uso de informações privilegiadas teria acontecido entre abril e 17 de maio deste ano, um dia antes de ser divulgado o acordo de colaboração premiada dos irmãos Batista com a PGR (Procuradoria Geral da República).
Segundo a PF, Wesley e Joesley teriam vendido ações da JBS e comprado dólares antes de ser divulgado o conteúdo da delação porque sabiam que, quando a delação viesse à tona, o mercado financeiro reagiria negativamente, as ações da JBS cairiam e o dólar subiria.
De fato, no dia da divulgação da delação, os papéis da JBS despencaram e o dólar disparou. Quem havia vendido as ações, portanto, deixou de perder muito dinheiro. Quem havia comprado dólares, teve ganhos milionários.
Investigação dividida em duas partes
A investigação da PF foi dividida em duas partes. A primeira apura a venda de ações da JBS pela FB Participações e a compra dessas ações por parte da própria JBS. A operação teria repassado para os acionistas da JBS parte do prejuízo que a FB Participações, de capital fechado, teria quando as ações da JBS caíssem.
O segundo evento é a intensa compra de contratos de dólares no mercado futuro entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS. As operações estariam fora do padrão de movimentação financeira da empresa, gerando ganhos após a revelação da delação.
Órgão regulador do mercado também investiga
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão regulador do mercado financeiro, também abriu processos para investigar as ações realizadas pela JBS, mas o órgão tem poder de impor apenas sanções administrativas.
Desde 18 de maio, são 13 procedimentos entre inquéritos e processos administrativos abertos por iniciativa da CVM envolvendo a JBS e outras empresas do grupo. Além da investigação envolvendo a FB Participações, a CVM apura irregularidades em empresas como Eldorado Brasil Celulose, Seara Alimentos e Banco Original.
(Com agências de notícias)
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