Justiça suspende demissões na Estácio; decisão vale para todo o Brasil
A Justiça do Trabalho suspendeu temporariamente todas as demissões de professores pelo grupo de ensino superior Estácio nesta sexta-feira (15), em ação ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A decisão é liminar (provisória) e ainda cabe recurso.
De acordo com o MPT, são cerca de 1.200 demitidos no Brasil todo.
Leia também:
- Base Curricular é aprovada e torna obrigatório ensino religioso nas escolas
- Novidade polêmica da reforma, trabalho sem hora fixa é inconstitucional?
- Trabalhador pode ganhar só comissão ou bônus e receber menos que o mínimo?
A juíza Tallita Massucci Toledo Foresti, da 21ª vara do trabalho do Rio de Janeiro, determinou que as demissões que já ocorreram e as que venham a ser feitas nas próximas semanas sejam suspensas por 30 dias, sob pena de multa de R$ 400 por dia por trabalhador.
Segundo a juíza, o período de suspensão é para que o Ministério Público do Trabalho continue investigando se houve ou não discriminação nas demissões.
O MPT vê indícios de que a universidade demitiu professores mais velhos, que estavam há mais tempo no cargo e com salários maiores, para substituí-los por profissionais mais novos e recebendo menos.
Procurada, a Estácio afirmou que "confia no Poder Judiciário e está atuando para reverter essa decisão do Ministério Público do Trabalho".
Justiça tinha derrubado liminar semelhante
Na quinta-feira passada, a Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro havia concedido uma liminar similar que cancelava as demissões até que a Estácio se manifestasse dentro de 72 horas, mas a companhia conseguiu derrubá-la no início desta semana.
O Sinpro-Rio (Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região) iniciou um processo de negociação com a empresa logo após a queda da liminar para discutir a reintegração de alguns professores, critérios e homologações, afirmou Fábio Conde, segundo secretário jurídico do sindicato, acrescentando que a entidade se reunirá com a Estácio na tarde desta sexta-feira.
Segundo ele, a lista de demissões entregue pela empresa no começo da semana continha 287 nomes, mas há relatos de que novos cortes teriam ocorrido após a derrubada da liminar. "Hoje eles ficaram de mandar nova listagem", afirmou.
Outras decisões
Paralelamente ao processo que tramita no Rio de Janeiro, a Justiça do Trabalho de Ribeirão Preto cancelou as demissões de professores no Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Em nota, a companhia diz que recorrerá da decisão em favor do Sindicato dos Professores do Município de Ribeirão Preto. "A instituição acredita no Judiciário e reforça que suas medidas foram tomadas com total amparo da lei", informou a Estácio no comunicado.
Também nesta sexta-feira, a Justiça concedeu outras duas liminares contra as demissões no Pará e em Santa Catarina.
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.