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Mais de um mês após greve, desconto no diesel ainda não chegou a R$ 0,46

Téo Takar/UOL
Imagem: Téo Takar/UOL

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

06/07/2018 20h50

Mais de um mês após o fim da greve dos caminhoneiros, a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel prometida pelo governo aos caminhoneiros não saiu do papel.

O preço médio do diesel praticado no país foi de R$ 3,384 na semana compreendida entre os dias 1º e 7 de julho, informou a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) na noite desta sexta-feira (06).

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O desconto médio no preço do combustível ficou em R$ 0,404 por litro na comparação com o preço praticado na semana do dia 21 de maio (R$ 3,788), data usada como referência no acordo entre o governo e os caminhoneiros.

Na comparação com a semana passada (24 a 30 de junho), o preço médio do diesel no país caiu apenas R$ 0,005.

Nenhum estado registrou desconto de R$ 0,46

Os números da ANP por estado mostram que nenhum estado está praticando efetivamente o desconto de R$ 0,46 em relação ao preço do diesel em 21 de maio.

A melhor situação é em Roraima, onde o desconto médio chegou a R$ 0,459, seguido pelo Amapá (R$ 0,456), Sergipe (R$ 0,4480) e São Paulo (R$ 0,4290).

Alagoas (R$ 0,3130), Paraíba (R$ 0,3270), Goiás (R$ 0,3520) e Rondônia (R$ 0,3610) são os estados onde a redução no preço ainda está bem longe do valor prometido pelo governo.

Medida provisória prometia R$ 0,46 de desconto

Em 31 de maio passou a valer a medida provisória editada às pressas pelo presidente Michel Temer para garantir a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel nas refinarias, com base no preço praticado nos postos antes do início da greve dos caminhoneiros, em 21 de maio.

A diferença de preço será bancada pelo governo graças a um remanejamento do orçamento que incluiu aumento de impostos e a retirada de benefícios de outras áreas.

Empresários do setor, porém, chegaram a afirmar que a redução máxima viável nos postos é menor, de R$ 0,41, já que, diferente do diesel bruto que sai da refinaria, aquele que chega às bombas para ser vendido ao consumidor deve ter, por lei, uma diluição de 10% de biodiesel, produto que não recebeu reduções ou subsídios em meio à crise.