União deve exigir que Embraer e Boeing mantenham empregos no país, diz MPT
O governo só deve aprovar um acordo entre Embraer e Boeing se as fabricantes se comprometerem a preservar a produção e os empregos no Brasil. A condição foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em uma ação civil pública apresentada à Justiça do Trabalho na semana passada.
Segundo o MPT informou nesta quarta-feira (25), o pedido liminar foi negado pela Justiça, mas a ação ainda precisará ser julgada.
A ação foi apresentada após a instauração de um inquérito civil, no qual o MPT enviou às empresas "uma recomendação para que, caso confirmassem o negócio, apresentassem garantias, passíveis de execução, de que os empregos permaneceriam no Brasil". Segundo o órgão, as empresas apresentaram respostas indicando que não pretendem dar tal garantia.
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"Na ação, o MPT lista inúmeros fatores que indicam elevado risco de que a Boeing, ao assumir o segmento de aviação comercial da Embraer, poderá remeter a produção para fora do Brasil, com ameaça à preservação de mais de 26.600 postos de trabalho, além do comprometimento da capacidade brasileira de produzir tecnologia de ponta em um setor estratégico ao desenvolvimento nacional."
Procurada pelo UOL, a Embraer informou que não comentará o assunto.
Negócio anunciado
A Embraer e a Boeing anunciaram, no início do mês, um acordo preliminar para uma joint venture (sociedade comercial), na qual a empresa americana se dispõe a pagar US$ 3,8 bilhões por 80% da associação com a empresa brasileira.
A sociedade entre Embraer e Boeing criará uma terceira empresa, uma sociedade dedicada à fabricação de jatos comerciais. Segundo memorando de entendimento, essa empresa será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, mas sob controle operacional e de gestão da Boeing.
Sindicatos avaliam impactos
Desde que as tratativas para a união tiveram início, no final de 2017, sindicalistas têm pedido que a Embraer esclareça os potenciais impactos do negócio nos empregos.
Os sindicatos dizem que é pouco provável que a Boeing queira desenvolver, fabricar e montar eventuais novos aviões no Brasil.
Este mês, sindicatos de metalúrgicos da Embraer no estado de São Paulo fizeram uma reunião com dirigentes da companhia e cobraram do governo federal veto ao acordo.
Procurada pela agência de notícias Reuters, a Embraer disse que não comenta declarações de sindicatos, mas afirmou que "vem mantendo estável o volume de empregos no Brasil. A movimentação de pessoas nos últimos meses está dentro da rotatividade (turnover) natural da empresa".
(Com agências)
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