Com greve, economia cresce 0,2% no 2º trimestre; em um ano, PIB sobe 1%
A economia brasileira cresceu 0,2% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior. Foi o sexto resultado positivo após oito quedas nessa comparação. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) subiu 1%, na quinta alta seguida. Em valores atuais, o PIB totalizou R$ 1,693 trilhão.
O resultado foi impactado pela greve dos caminhoneiros, que paralisou estradas de todo o país no fim de maio e afetou diversos indicadores econômicos, como vendas no comércio, produção industrial e atividade de serviços.
Mesmo com a greve, o resultado veio acima do esperado segundo pesquisa da agência Reuters com analistas, que previam crescimento de 0,1% na comparação com trimestre anterior. "Não dá para falar em aceleração do PIB, mas sim numa estabilidade do PIB nos últimos 3 trimestres", afirmou a economista do IBGE Rebeca Palis.
O PIB acumulou alta de 1,1% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2017.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Leia também:
- O que o PIB fala sobre o país que o próximo presidente vai herdar
- FGV: só em 2020 economia retornará ao nível de 2014
- Dilma fez transferência de renda para ricos, diz economista
- Se economia está melhorando, por que falta de trabalho bate recorde?
Agropecuária cai 1,6% em um ano
Na comparação com o primeiro trimestre, o setor de serviços cresceu 0,3%, a agropecuária ficou estável (0%) e a indústria registrou queda de 0,6%.
"Os serviços são a atividade mais importante do PIB, e isso puxou para cima. Por outro lado, a indústria de transformação foi afetada pela greve de caminhoneiros. Os serviços mais que compensaram a queda da indústria, mas o comércio foi afetado pela greve também", disse Rebeca.
Em relação ao mesmo período do ano passado, houve crescimento no setor de serviços (1,4%) e na indústria (1,4%), mas a agropecuária encolheu 1,6%.
Consumo das famílias aumenta
O consumo das famílias subiu 0,1% em relação ao primeiro trimestre e 1,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2017, no quinto avanço seguindo.
De acordo com o IBGE, o resultado "pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física, bem como das taxas de inflação e de juros mais baixas que as registradas no segundo trimestre de 2017".
Investimento cai no trimestre, sobe em 1 ano
A Formação Bruta de Capital Fixo, indicador de investimento no país, também avançou no segundo trimestre (3,7%) na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi o terceiro resultado positivo seguido, segundo o IBGE.
Em relação ao trimestre anterior, porém, houve queda de 1,8%. "Toda a incerteza política, eleitoral e econômica faz com que o investimento fique parado", afirmou a economista do IBGE Claudia Dionísio.
Revisão do resultado do 1º trimestre
O IBGE revisou para baixo os dados referentes ao primeiro trimestre deste ano. O PIB registrou expansão de apenas 0,1% em relação aos três meses anteriores, e não 0,4%, como havia sido divulgado antes.
Economia cresceu 1% em 2017
No ano passado, a economia cresceu 1%, após dois anos seguidos de recessão. Para este ano, analistas esperam que o PIB avance 1,47%, conforme o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (27). A previsão oficial do governo, no entanto, é de crescimento de 1,6%.
Com o fraco desempenho previsto, a economia brasileira só deve recuperar em 2020 o nível que tinha em 2014, de acordo com estudo da FGV.
O que entra na conta do PIB?
O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.
(Com agências de notícias)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.