Prévia da inflação desacelera a 0,09%, menor taxa para setembro desde 2006

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou a 0,09% em setembro, após ter ficado em 0,13% no mês passado. Esta é a menor taxa para um mês de setembro desde 2006, quando o índice foi de 0,05%, e a menor variação mensal de 2018.

No ano, a prévia acumulada é de 3,23% e, em 12 meses, é de 4,28%. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.

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Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (21). 

Alimentos mais baratos

Segundo a pesquisa, os preços de alimentação e bebidas tiveram queda em setembro (-0,41%).

O resultado foi influenciado pela redução nos preços da cebola (-18,51%) e da batata-inglesa (-13,65%), que vieram em queda pelo terceiro mês seguido, além do leite longa vida (-6,08%) e das carnes (-0,97%).

Despesas pessoais e conta de luz pesam

As despesas pessoais pesaram no bolso do consumidor em setembro, com alta de 0,46%. Destacaram-se os aumentos ocorridos nos preços do cigarro (1,80%) e a alta do serviço bancário (2,03%).

Os custos com habitação tiveram alta (0,30%), com aumento da conta de luz (0,34%) pelo sétimo mês consecutivo. 

Expectativa em 2018

A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central (BC) é que a inflação termine 2018 em 4,09%, dentro do limite da meta deste ano. 

Inflação abaixo da meta em 2017

A inflação fechou 2017 em 2,95% e ficou abaixo do limite mínimo da meta do governo pela primeira vez na história. Foi a menor inflação anual desde 1998 (1,65%).

No início deste ano, o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, enviou carta ao então ministro Henrique Meirelles dizendo que a meta não havia sido cumprida no ano passado devido à queda nos preços dos alimentos, após safras recordes. A carta é uma exigência em caso de descumprimento da meta de inflação. 

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

Na última quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, no menor nível da história (o Copom foi criado em 1996). 

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)