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BC mantém juros a 6,5% ao ano, e taxa segue no menor nível histórico

Do UOL, em São Paulo

19/09/2018 18h01Atualizada em 19/09/2018 18h26

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (19) manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano. É a quarta reunião seguida em que o Copom mantém os juros. Em março, houve queda de 6,75% para 6,5% ao ano, taxa que foi mantida nas reuniões de maio, junho e agosto.

Assim, os juros continuam em seu menor nível desde que o Copom foi criado, em 1996, e a poupança segue rendendo menos (leia mais abaixo). 

A decisão, a última antes das eleições, foi unânime e veio dentro do esperado por analistas de mercado. 

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Tendo em vista o pleito de outubro, o BC apontou que pode subir os juros nas próximas reuniões, dependendo de como a economia se comportar. 

"Esse estímulo (juros em patamares baixos) começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e seu balanço de riscos apresentem piora", disse o comunicado. 

A proximidade das eleições tem afetado o mercado, com o dólar oscilando ao sabor de pesquisas de intenção de voto. 

No comunicado, o comitê também afirmou que a economia se recupera em um ritmo mais lento que o previsto no início do ano, e subiu a projeção de inflação para 2018 de 4,2% para 4,4%. 

Taxa caiu de 14,25% para 6,5% ao ano

Em outubro de 2016, o BC deu início a uma sequência de 12 cortes na Selic, que foi interrompida em maio. Neste período, a taxa de juros caiu de 14,25% ao ano para 6,5% ano.

Juros ao consumidor são mais altos

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.

Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial atingiu em julho 303,2% ao ano, em média. Os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 271,4% ao ano, em média.

Poupança rende menos

Desde setembro do ano passado, a poupança passou a render menos devido a uma regra criada em 2012. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial).

Porém, quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR. Isso, na prática, representa um rendimento menor.

Juros x inflação

Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 

A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo, ou seja, pode variar entre 3% e 6%. Segundo os dados mais recentes do IPCA, referentes a agosto, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,19%, portanto, dentro da meta do governo.

Para o mercado financeiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, vai fechar o ano abaixo do centro da meta, em 4,09%. Para 2019, a estimativa é 4,11%.

(Com agências de notícias)

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