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Inflação fica negativa em 0,09%, menor taxa para agosto desde 1998

Do UOL, em São Paulo

06/09/2018 09h03

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, ficou negativo em 0,09% em agosto. Foi a menor taxa para um mês de agosto desde 1998, quando o IPCA registrou -0,51%. No acumulado de 12 meses, o IPCA ficou em 4,19%.

O resultado está dentro do limite da meta do governo. No ano, o indicador acumula alta de 2,85%.

Em julho, o IPCA havia ficado em 0,33% e, em agosto de 2017, a taxa atingiu 0,19%. 

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A meta em 2018 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo, ou seja, pode variar entre 3% e 6%. 

As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (6).

Alimentos mais baratos

Os preços de alimentos e bebidas caíram 0,34%, no segundo mês consecutivo de queda. Ficaram mais baratos em agosto:

  • cebola: -22,19%
  • batata inglesa: -11,89%
  • tomate: -4,84%
  • farinha de mandioca: -4,56%
  • hortaliças : -4,07%

Por outro lado, tiveram alta de preços os itens:

  • arroz: 2,51%
  • macarrão: 2,47%
  • queijo: 1,30%
  • refrigerante: 0,96%
  • frutas: 0,60%

Passagem aérea caiu

Com a queda de 1,22%, os preços de transportes puxaram o índice de agosto para baixo. O destaque do grupo, segundo o IBGE, foi o item passagem aérea, que mostrou queda de 26,12%.

Os combustíveis (-1,86%) também contribuíram para a variação negativa do grupo, com destaque para o etanol (-4,69%) e a gasolina (-1,45%).

Conta de luz ainda pesa

De acordo com a pesquisa, os preços de habitação (0,44%) e saúde e cuidados pessoais (0,53%) subiram de julho para agosto. O item que mais pesou foi a conta de luz, com alta de 0,96%. "Cabe destacar que, em agosto, continuou em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, com a cobrança adicional de R$ 0,05 por kWh consumido", apontou o IBGE.

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Inflação abaixo da meta em 2017

A inflação fechou 2017 em 2,95% e ficou abaixo do limite mínimo da meta do governo pela primeira vez na história. Foi a menor inflação anual desde 1998 (1,65%).

No início deste ano, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, enviou carta ao então ministro Henrique Meirelles dizendo que a meta não havia sido cumprida no ano passado devido à queda nos preços dos alimentos, após safras recordes. 

A carta é uma exigência em caso de descumprimento da meta de inflação. 

Expectativa em 2018

A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2018 em 4,16%, dentro do limite da meta deste ano. 

Com o crescimento de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, o país começa a sair do buraco, após a economia encolher 3,5% tanto em 2016 quanto em 2015. Mas a recuperação é lenta e, segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a economia vai demorar pelo menos dois anos para chegar ao nível de antes da crise.

No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,2% em relação ao trimestre anterior e 1% na comparação anual.

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

Em agosto, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).

(Com Reuters)

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