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Juros caem pela 12ª vez seguida e vão a 6,5% ao ano, menor nível histórico

Do UOL, em São Paulo

21/03/2018 18h00Atualizada em 21/03/2018 18h18

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (21) cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 6,75% para 6,5% ao ano.

Esse foi o 12º corte seguido da Selic, que segue em seu menor nível na história (o Copom foi criado em 1996). Com isso, a poupança continua rendendo menos (leia mais abaixo).

A decisão, que foi unânime, era esperada pelo mercado. Dos 41 economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, 36 previam corte de 0,25 ponto.

Também nesta quarta, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) aumentou a taxa de juros no país em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 1,5% e 1,75%.

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Queda dos juros pode continuar

Em comunicado após a decisão, o BC indicou que deve seguir com os cortes da Selic na próxima reunião do Copom, em maio.

"Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária [queda nos juros] moderada adicional. O Comitê julga que este estímulo adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas [ou seja, juros menores podem ajudar a inflação a ficar dentro da meta do BC", afirmou o Copom em comunicado.

Novos cortes, no entanto, vão depender justamente do nível de inflação no momento, acrescentou o BC. "Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento."

Juros ao consumidor são mais altos

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.

Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial em janeiro era de 324,7% ao ano. Os juros do rotativo do cartão de crédito eram de 327,9% ao ano, em média.

Cortes começaram em 2016

O atual ciclo de cortes da Selic começou em outubro de 2016. Veja a trajetória dos juros de lá para cá:

  • Outubro/16: caiu de 14,25% para 14%
  • Dezembro/16: caiu de 14% para 13,75%
  • Janeiro/17: caiu de 13,75% para 13%
  • Fevereiro/17: caiu de 13% para 12,25%
  • Abril/17: caiu de 12,25% para 11,25%
  • Maio/17: caiu de 11,25% para 10,25%
  • Julho/17: caiu de 10,25% para 9,25%
  • Setembro/17: caiu de 9,25% para 8,25%
  • Outubro/17: caiu de 8,25% para 7,5%
  • Dezembro/17: caiu de 7,5% para 7%
  • Fevereiro/18: caiu de 7% para 6,75%

Poupança rende menos

Desde setembro, a poupança passou a render menos devido a uma nova regra, criada em 2012.

Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial).

Porém, quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR. Isso, na prática, representa um rendimento menor.

Juros x inflação

Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 

A inflação está em baixa, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta acumulada dos preços em 12 meses ficou em 2,84% em fevereiro, abaixo do limite mínimo da meta do governo para o ano, que é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, podendo variar entre 3% e 6%.

Nesse cenário, o corte nos juros tende a estimular o investimento das empresas na produção e o consumo das famílias.

(Com agências de notícias)

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