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Maia se diz confiante na reforma e afirma que militares 'sabem fazer conta'

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

18/03/2019 13h13

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou hoje que está "muito confiante" em relação à aprovação da reforma da Previdência e negou qualquer tipo de entrave por parte dos militares.

"Os militares são muito bem preparados, eles sabem fazer conta. Eles vão ajudar a fazer a reforma das Forças Armadas. O Brasil, se não fizer a reforma, ou vai voltar para a hiperinflação ou vai ficar com um grande precatório nas aposentadorias brasileiras. De todos", afirmou, após participar de evento na FGV (Fundação Getúlio Vargas) em Botafogo, zona sul do Rio.

Os deputados disseram que a reforma não avançará enquanto o projeto para os militares não chegar ao Congresso, e o governo prometeu enviar esta segunda parte até quarta-feira (20).

Maia se disse "muito confiante" sobre a aprovação da reforma no Congresso. "Quando há boa vontade do presidente da República e boa vontade dos presidentes do Congresso e do Supremo, só não aprova uma boa reforma da Previdência se a gente errar muito. E acho que a gente não vai errar."

Ele negou que houve perda de apoio à reforma na Câmara. "Pelo contrário. Tenho certeza de que a gente vai sentar na mesa, vai dialogar, vai trazer o PRB, o DEM, PSDB, PR, PP, Solidariedade, Podemos", afirmou.

"Temos 320 deputados que não se elegeram com a agenda da reforma da Previdência. Nós temos que mostrar aos 320 a importância da reforma da Previdência. Nós, que defendemos a urgência e a decisiva aprovação da reforma para o Brasil voltar a crescer, nós que acreditamos nisso, precisamos mostrar aos deputados que não foram eleitos com essa agenda que, para crescer, a reforma é necessária", disse Maia.

Cobrou agenda do governo

Maia cobrou do governo uma agenda de pautas para depois da aprovação da reforma da Previdência. "O governo precisa organizar rápido a sua condição de governabilidade junto com o parlamento. Os partidos [da Câmara] querem compreender: onde [os governistas] estarão dentro do projeto?", questionou Maia.

"Porque, se não, fica parecendo que é um estado autoritário: faz o que o Executivo quer e ponto final. Não é assim. A Constituição é construída de uma outra forma. Quando um ministro do Supremo é escolhido, ele é sabatinado pelo Senado. Não é uma decisão exclusiva do presidente da República, assim como a aprovação de uma emenda constitucional não é decisão exclusiva do presidente da República", afirmou.

"Eu quero saber qual é o ponto seguinte, qual o projeto de infraestrutura do governo, já que depois da Reforma da Previdência vamos retomar capacidade de investimento com recurso público e também com recurso privado. Quero saber qual a política pública do governo para atenção básica de saúde no Brasil, que está cada vez com menos recursos. Quero saber como vai cuidar da educação de zero a três anos e do jovem no final do ensino fundamental e médio, que são os problemas de hoje", disse.

Questionado sobre uma eventual troca de cargos para a aprovação da reforma, Maia disse que não se trata disso. "Não é questão de cargo, cargo é o menor. É saber qual é o projeto de governo para depois da Previdência. Porque o impacto da aprovação da Previdência vai impactar os meus eleitores", afirmou.