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Não tenho medo de desrespeitar quem me desrespeitou, diz Guedes

Paulo Guedes durante palestra em Campos do Jordão (SP) - Roberto Vazquez/Futura Press/Estadão Conteúdo
Paulo Guedes durante palestra em Campos do Jordão (SP) Imagem: Roberto Vazquez/Futura Press/Estadão Conteúdo

Antonio Temóteo e Bernardo Barbosa

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

05/04/2019 11h43

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comentou hoje a tumultuada sessão em uma comissão da Câmara dos Deputados nesta semana, na qual foi chamado de "tigrão" e "tchuchuca" e respondeu aos gritos de "tchutchuca é a mãe".

"Se as principais lideranças do país estão comprometidas com o país, vou ter medo do quê? De tratar com certo desrespeito quem me desrespeitou por mais de seis, sete horas [de sessão]? Acontece", disse o ministro em um evento com empresários em Campos do Jordão (SP).

A menção às lideranças se refere ao presidente Jair Bolsonaro e aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Para Guedes, eles estão a seu lado e querem a reforma da Previdência.

"Tigrão" e "tchutchuca"

Na quarta-feira (3), em audiência sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) disse que Guedes é "tigrão" com os aposentados, agricultores e professores, e "tchutchuca" com "a turma mais privilegiada do país" e os "amigos banqueiros".

Nervoso, Guedes revidou e, apesar de o seu microfone estar desligado, gritou para o deputado que "tchutchuca é a sua mãe e a sua avó". A declaração de Dirceu faz referência ao funk "Tchutchuca", que foi sucesso do grupo Bonde do Tigrão em 2001.

Até oposição é favorável à reforma, diz ministro

Guedes também disse que até mesmo os prefeitos e governadores do PT são a favor da reforma da Previdência, mas não podem divulgar seu posicionamento em público. "Se o voto fosse secreto, tudo seria aprovado muito rápido", afirmou.

Apesar do clima de tensão que marcou sua visita ao Congresso, Guedes disse que a experiência com a classe política "tem sido a melhor possível", e culpou uma "minoria barulhenta" pela repercussão da audiência.

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