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Petrobras sobe diesel em R$ 0,10, e valor fica abaixo do anunciado antes

Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo
Imagem: Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

17/04/2019 19h17Atualizada em 17/04/2019 20h31

Menos de uma semana após ter cancelado um reajuste a pedido do presidente Bolsonaro, a Petrobras anunciou um aumento de R$ 0,1038 no preço do óleo diesel nas refinarias. Segundo o site da empresa, o combustível passa a custar em média R$ 2,247 a partir desta quinta-feira, uma alta de 4,84% em relação ao preço anterior (R$ 2,1432). O aumento ficou abaixo dos 5,7% anunciados na última semana, antes do recuo provocado pelo pedido de Bolsonaro.

Na ocasião, a estatal voltou atrás e adiou o reajuste após ligação de Jair Bolsonaro para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Se a alta de 5,7% tivesse sido mantida, o valor do diesel teria ido para R$ 2,262 por litro.

O novo reajuste foi anunciado um dia após o presidente da estatal se reunir com o Bolsonaro e ministros de governo em Brasília.

O preço anunciado é o cobrado nas refinarias. Isso não significa necessariamente que as mudanças chegarão ao consumidor final na bomba. Os postos são livres para aplicar ou não o reajuste, e na porcentagem que desejarem.

Segundo a Petrobras, o preço estabelecido por ela representa, em média, 54% do valor final do diesel cobrado nos postos.

Aumento pode variar nas bases da Petrobras

A alta de preços nas refinarias pode variar um pouco conforme a base da Petrobras no país. Segundo a empresa, a variação mínima é de 4,518% e a máxima de 5,147% nos seus 35 pontos de venda no Brasil.

Ações e valor desabaram na semana passada

Na semana passada, a Petrobras voltou atrás em um reajuste do diesel nas refinarias após pressão do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu "um preço justo" para o combustível e disse que quer ser convencido pela estatal sobre a necessidade do aumento.

O movimento da Petrobras levantou preocupações no mercado sobre possíveis intervenções do governo em suas políticas de preços, que poderiam prejudicar a recuperação financeira da petroleira, ao mesmo tempo em que mostra preocupação do governo federal com eventual nova greve dos caminhoneiros.

Por causa do cancelamento do aumento, as ações da Petrobras caíram mais de 8% na sexta-feira. Com isso, a estatal perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado num só dia.

Presidente da Petrobras defende preços do diesel

Em entrevista coletiva, o presidente da Petrobras defendeu a política de preços para os combustíveis da estatal. "Nós continuamos a observar rigorosamente preços alinhados com o preço internacional. Nossa política é essa e vai continuar a ser", afirmou Castello Branco.

O executivo também comentou a ligação que recebeu de Bolsonaro e disse que, pela primeira vez, foi reafirmada a independência da empresa para praticar preços. "Não há razões para desacreditar o presidente Bolsonaro. Nunca houve interferência mínima que seja."

Castello Branco declarou, ainda, que a periodicidade mínima de 15 dias para o ajuste do diesel está mantida, mas nada impede uma eventual mudança. "O objetivo é ser o mais transparente possível", disse.

Risco de greve é baixo, diz presidente da Petrobras

A decisão de aumentar o preço do diesel acontece após o governo apresentar um pacote de medidas para o setor de transportes. Entre as ações estão a destinação de R$ 2 bilhões para a expansão e duplicação de rodovias e uma linha de crédito de até R$ 30 mil caminhoneiros financiarem a manutenção de seus caminhões.

Questionado se o aumento no diesel poderia deflagrar uma nova greve de caminhoneiros, a exemplo da ocorrida em 2018, o presidente da Petrobras afirmou que o pacote do governo contempla as principais reivindicações da categoria. "O risco de greve de caminhoneiros agora é baixo, depois de uma ação do governo na direção certa", declarou.

Muitos caminhoneiros, no entanto, demonstraram insatisfação com as medidas do governo e não afastam a possibilidade de greve em maio.

(Com Reuters)

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