BC faz audiência em novembro para discutir sistema que poderia cortar juros
Resumo da notícia
- Audiência pública receberá sugestões sobre regras do open banking, que prevê troca de informações entre bancos
- O novo sistema deve facilitar a concorrência e baixar juros para os clientes
- Regras serão definidas no primeiro semestre de 2020 e começam a ser implementadas no segundo semestre
O Banco Central prevê colocar em audiência pública em novembro as regras que vão orientar a implementação do open banking no país. O plano do governo é começar o novo sistema até o final de 2020.
O open banking, ou banco aberto, é um sistema que permite a troca de informações entre os participantes do sistema bancário, como bancos, financeiras, fintechs, ou seguradoras. Isso ajudaria a aumentar a competição e a reduzir os juros para os clientes, dizem especialistas, como Henrique Meirelles, ex-presidente do BC.
Sugestões para o projeto
Na consulta pública, os agentes de mercado —instituições financeiras, entidades e associações de empresas e consumidores, por exemplo— poderão dar sugestões e ideias para o projeto.
O cronograma do Banco Central é ter as regras definidas ainda no primeiro semestre do ano que vem e, no segundo semestre, começar a implementar esse novo modelo.
Benefício para cliente tem de vir logo
Segundo o coordenador do departamento de regulação do sistema financeiro do Banco Central, Guilherme Themes José, o open banking será implementado em quatro etapas. Mas a intenção é que os primeiros resultados apareçam de imediato.
"A gente quer que os benefícios para o cliente apareçam desde a primeira fase. De nada adianta o open banking se a jornada do cliente for muito difícil", afirmou Themes em um evento Open Banking Day, realizado em São Paulo.
Comparação de taxas
Na primeira etapa, haverá a abertura de informações das instituições financeiras, com dados de taxas e custos, por exemplo. "Isso já vai permitir que haja comparação", disse o coordenador do Banco Central.
A segunda etapa abrange a implementação da abertura dos dados cadastrais de clientes. Depois vai ocorrer abertura de dados transacionais, com informações relacionadas a serviços, como extrato, financiamento, crédito, cartão.
Serviços em bancos diferentes
E, finalmente, a introdução dos serviços propriamente dito, quando o cliente poderá ter diversos serviços e produtos de diferentes instituições financeiras mesmo que não seja no banco em que ele tem uma conta-corrente.
O coordenador do Banco Central deu um exemplo: uma pessoa poderá abrir uma nova conta-corrente em um banco digital, por exemplo, apenas com um clique, de maneira facilitada com a troca de informações de uma instituição financeira para outra.
Segurança é preocupação
O Banco Central disse que uma das maiores preocupações é com a segurança. E por isso, será de responsabilidade das instituições financeiras e outras empresas participantes do open banking o compromisso com apresentação de garantias de rastreabilidade de dados, das medidas de controle, e das soluções de eventuais conflitos.
"Queremos estimular a entrada de novos agentes e melhora de eficiência. Novas soluções. O plano é deixar o cliente com o poder de decidir", afirmou Themes José.
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