Inflação desacelera a 0,21% e é a menor para janeiro desde o Plano Real
Resumo da notícia
- No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA ficou em 4,19%
- Preço da carne caiu 4,03% e puxou índice para baixo
- Tomate e batata inglesa subiram 13,72% e 11,02%, respectivamente
- Índice de janeiro foi o primeiro a considerar preços de aplicativos de transporte
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, desacelerou a 0,21% em janeiro, depois de ficar em 1,15% em dezembro. Foi o menor resultado para janeiro desde o início do Plano Real, em julho de 1994. A desaceleração foi puxada pela queda nos preços das carnes.
O acumulado dos últimos 12 meses foi a 4,19%, abaixo dos 4,31% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2019, a taxa havia ficado em 0,32%.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esta é a primeira divulgação da inflação calculada com base em uma nova cesta de produtos e serviços, para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. O IPCA de janeiro inclui, por exemplo, preços de transporte por aplicativo, coletados pela primeira vez por um robô virtual.
Preço da carne cai e puxa índice para baixo
Após a alta de 18,06% em dezembro, os preços das carnes recuaram 4,03% em janeiro, contribuindo com o maior impacto negativo sobre o índice no mês (-0,11 ponto percentual).
Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e à alta do dólar, que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno
Pedro Kislanov, gerente de Índice de Preços do IBGE
No lado das altas, os destaques ficaram com o tomate, que subiu 13,72% —os preços já haviam subido 21,69% em dezembro— e a batata inglesa, com alta de 11,02%.
No geral, os preços dos alimentos e bebidas subiram 0,39% em janeiro.
Aluguel, conta de luz e gás mais caros
Após a queda de 0,82% no mês de dezembro, os gastos com habitação subiram 0,55%, puxados pelos preços de condomínio (1,39%) e aluguel residencial (0,61%). A energia elétrica ficou 0,16% mais cara. Em janeiro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) manteve a bandeira tarifária amarela, que acrescenta na conta de luz R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Ainda em habitação, subiram as taxas de água e esgoto (0,3%) e de gás encanado (0,64%) e de botijão (0,87%). A Petrobras anunciou um aumento de 5% no preço do botijão de 13 quilos, nas refinarias, a partir de 27 de dezembro de 2019.
Combustíveis também subiram
Os transportes passaram a ter mais peso na inflação em janeiro e registraram alta de 0,32%, puxados pela gasolina (0,89%) e o etanol (2,59%). Os preços dos ônibus urbanos também subiram (0,78%), devido aos reajustes nas tarifas em várias regiões. O reajuste chegou a 10% em Brasília.
Por outro lado, as passagens aéreas caíram 6,75%, após alta de 15,62% em dezembro.
Aplicativo de transporte e streaming
Segundo o IBGE, nenhum dos novos itens considerados na inflação impactaram fortemente o indicador em janeiro. No caso do transporte por aplicativo, os preços caíram 0,54%, com a maior queda em São Paulo (-2,89%) e a maior alta em Goiânia (1,99%).
Serviços de streaming não variaram.
Juros x inflação
Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu reduzir taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 4,5% para 4,25% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.
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