Troca de cartão, valor errado, app do banco: evite golpes durante Carnaval
Fevereiro é mês de folia para os brasileiros, mas também é preciso tomar cuidado com os principais golpes financeiros que acontecem durante o Carnaval.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve começar nos próximos dias a divulgar vídeos e alertas nas suas redes sociais alertando sobre os principais tipos de fraudes nesta época do ano. Veja alguns exemplos de golpes e como evitá-los, de acordo com a Febraban.
Roubo do celular (com app do banco)
Para começar, não é só com o cartão e com as maquininhas que o folião deve ficar atento. O telefone celular, que hoje carrega uma série de dados do usuário, também traz riscos financeiros, já que muitas pessoas usam aplicativos do banco no celular e guardam dados pessoais.
É comum após roubos de celulares a vítima procurar a empresa de telefonia e a operadora do cartão de crédito. "Quase ninguém se lembra de avisar o banco", disse Adriano Volpini, diretor da Comissão de Prevenção a Fraudes da Febraban.
É importante que a pessoa entre em contato com o banco para comunicar o roubo do celular assim que perceber que não está mais com o aparelho. Assim, a instituição financeira bloqueará a conta e impedirá que os bandidos realizem qualquer operação.
Adriano Volpini, diretor da Comissão de Prevenção a Fraudes da Febraban
Troca do cartão
Outro cuidado importante é com o pagamento digital. Um dos casos mais comuns é o da troca do cartão. O golpista que se passa por vendedor ambulante e, ao entregar a maquininha para o cliente digitar a senha do cartão, obtém os números que estão sendo digitados. Depois, aproveitando uma falta de atenção do consumidor, ele troca o cartão e devolve outro muito parecido.
Roubo da senha
Há também situações em que o golpista pede a senha no momento em que deveria digitar o valor e, então, os números, que deveriam ser secretos, ficam visíveis.
Valor errado
Outro golpe que tem acontecido com frequência é o golpista digitar na maquininha o valor errado da compra. O folião acaba pagando R$ 50, R$ 500 ou até R$ 5.000 numa compra de R$ 5, por exemplo.
Páginas, emails e SMS falsos
Outro golpe comum é o que acontece sem a presença física do golpista, quando clientes recebem avisos falsos de bancos ou operadoras de cartão de crédito. O alerta das instituições é desconfiar de ligações ou mensagens com pedidos de atualização de dados, e jamais fornecer senhas ou códigos de acesso ou de validação para transações digitais (como chave de segurança e token).
Veja dicas para evitar cair em golpes
Para reduzir os riscos de cair num golpe, a Febraban dá algumas dicas:
- Nunca empreste ou entregue o seu cartão para ninguém e nunca o perca de vista. Pode haver a troca do cartão sem que você perceba
- Ao efetuar pagamentos com seu cartão, não deixe que ele fique longe do seu controle, confira o valor e tome cuidado para que ninguém observe a digitação da sua senha
- Ao finalizar a compra e pegar o cartão de volta, veja se é o seu nome que está nele
- Solicite sempre a via do comprovante de venda e confira o valor impresso da compra
- Sempre que possível, passe você mesmo o cartão na maquininha
- Cadastre-se para receber avisos por SMS ou e-mail a cada transação realizada com seu cartão; assim, é possível identificar com rapidez uma transação fraudulenta
- Nunca guarde a senha junto com o cartão. Isso reduz o risco em casos de perda ou roubo
- Tome cuidado com esbarrões ou encontros acidentais, que possam levar a perder de vista, temporariamente, o seu cartão. Se isso ocorrer, verifique se o cartão que está em seu poder é realmente o seu. Em caso negativo, ligue imediatamente para o banco e solicite o cancelamento
- Quando for destruir um cartão, corte o chip ao meio. Mesmo com o plástico cortado, é possível fazer transações se o chip estiver intacto
- Em caso de roubo, perda ou extravio do seu cartão, ligue imediatamente para a Central de Atendimento do seu banco e solicite o cancelamento do cartão. Em caso de roubo, também registre um B.O. na delegacia mais próxima
Caí em um golpe, e agora?
Segundo o Procon-SP, o consumidor que identificar que caiu em algum golpe deverá fazer um boletim de ocorrência em uma delegacia. A vítima também deve entrar em contato com o banco por meio do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) para informar a situação. Tenha com você detalhes da transação indevida, como data e valores descontados. A instituição terá cinco dias úteis para dar uma resposta sobre a devolução do dinheiro.
Se o banco não resolver a situação ou não der uma resposta, o consumidor pode registrar uma queixa na ouvidoria da instituição. Também é possível fazer uma reclamação no Banco Central, em uma entidade de defesa do consumidor ou buscar a Justiça.
Dinheiro nem sempre é devolvido
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as instituições financeiras devem criar meios que garantam o acesso seguro do consumidor aos serviços bancários, o que inclui evitar golpes e fraudes. Para o Idec, em situações de fraude bancária, os bancos têm responsabilidade objetiva, ou seja, são responsáveis, independentemente de culpa.
Porém, nem sempre a justiça concorda com isso. Há casos em que o consumidor pode ficar no prejuízo. Isso porque nem sempre o dinheiro roubado é devolvido. O Judiciário está mais rigoroso na análise de ações sobre fraudes em compras com cartões. Os magistrados, sobretudo do STJ (Superior Tribunal de Justiça), têm dado ganho de causa aos bancos nos processos em que fica comprovado que os golpistas usaram a senha dos clientes e os cartões com chip. Os juízes afirmam nas decisões que há negligência ou desleixo dos correntistas com os cartões e as senhas.
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