Economia teria 2° baque sem quarentena, diz Arminio Fraga sobre coronavírus
O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga defendeu o isolamento proposto pelas autoridades da saúde e disse que, sem ele, a economia brasileira sofreria um segundo baque por conta do novo coronavírus. O primeiro agora, com a crise que já começa a dar sinais, e o segundo quando boa parte da população fosse infectada pela Covid-19.
A declaração surge após políticos e empresários defenderam o isolamento apenas de pessoas do grupo de risco, o chamado isolamento vertical, para proteger a economia.
Em entrevista ao jornal O Globo, Fraga, que vem de uma família de médicos, disse que "a opção é salvar vidas". Ele afirma não crer que o fim da quarentena feita por estados e municípios seria bom para o país.
"É evidente que a opção é salvar vidas. Mas eu não creio que a economia se beneficiaria tanto (de uma suspensão da quarentena, que faria mais vítimas). E, num segundo momento, a economia poderia levar a um segundo baque", disse.
Para ele, as pessoas não vão voltar a trabalhar e consumir como antes de a quarentena acabar. "Da população brasileira, 38% são idosos, portadores de doenças crônicas ou ambos. Seria uma loucura", disse ao jornal.
"Os que ficarão expostos são muito numerosos e vulneráveis. Nossa rede de hospitais, como aliás em boa parte do mundo, não estava preparada para uma emergência desse tamanho, seria uma catástrofe social. Isso foi ventilado no Reino Unido, e eles rapidamente desistiram. A ideia de que há uma relação de troca entre saúde e economia, na minha avaliação e de meus colegas do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), é que não é bem assim. As pessoas já estão muito assustadas e não vão sair consumindo mesmo que se decrete o fim do isolamento de repente."
Para defender os mais pobres do impacto causado pela pandemia de coronavírus, Fraga aposta no Bolsa Família. Para ele, zerar a fila de cadastros e ampliar o benefício temporariamente é necessário. "É uma ferramenta que existe e precisa ser acionada rapidamente", completa.
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