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Fintechs detalham ações na crise e veem crescimento de pagamento online

Do UOL, em São Paulo

27/04/2020 13h22

O impacto econômico da pandemia do novo coronavírus foi particularmente sentido por micro e pequenas empresas. E as fintechs, startups do ramo da tecnologia que trabalham diretamente com o segmento financeiro, também perceberam essa situação.

É o que explicou hoje Ricardo Dutra, CEO do PagSeguro, durante o UOL Debate. O programa se propôs a discutir a ação das fintechs durante a pandemia. Para ele, a tecnologia tem papel fundamental neste momento.

"O PagSeguro foi criado pra atender a esse pequeno: pequeno empreendedor, pequeno lojista, autônomo, que até então eram esquecidos pelo mercado brasileiro", disse Dutra. "A gente só conseguiu atender esse pequeno devido à tecnologia, e nada complexo. Tecnologia simples, de maneira segura."

Frente aos casos da covid-19, segundo Dutra, o PagSeguro tem procurado oferecer auxílios e soluções - não apenas para comerciantes, mas também para clientes. As facilidades incluem novas modalidades para pagamentos por QR Code e novas políticas de TED.

"Do ponto de vista de sociedade como todo, fizemos algumas doações", acrescentou, citando as doações de 45 mil cestas básicas, 55 mil quentinhas, 6.700 ovos de Páscoa e 1.500 máscaras, além da organização da live de Michel Teló. "Por último, mas não menos importante, mudamos nossa política de TED para o PagBank. São TEDs ilimitadas e gratuitas. Isso não é promoção. Tudo o que nosso cliente fizer no app, agora, é gratuito."

O programa reuniu ainda Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago; Fabiano Camperlingo, CEO da SumUp no Brasil; Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva; e Eduardo Neger, presidente da Abranet (Associação Brasileira de Internet). Para Camperlingo, é importante lembrar que os micro e pequenos empreendedores nem sempre têm pontos físicos de vendas, por exemplo.

"Em sua maioria, são informais, vendedor que tem barraquinha que vende churros na escola, a manicure, motorista de aplicativo. Esse é o cliente da SumUp", explicou. "Muitos não têm ponto físico de venda de produtos e serviços", acrescentou.

Segundo ele, a empresa teve "duas grandes preocupações" no momento: com clientes e com funcionários, inclusive a comunidade indireta.

"Hoje, (a SumUp) tem quase 900 funcionários diretos e 5.000 indiretos. Nossa preocupação foi como a gente garante nessa crise emprego para todo mundo", explicou Camperlingo, rechaçando a possibilidade de demissões no momento. "A gente só vai atravessar essa crise com todo mundo no barco."

Desde março, afirma ele, a operação da fintech é 100% remota. Já com os empreendedores, as pesquisas da SumUp apontaram que a principal preocupação é com dinheiro em conta.

"Em pesquisas que a gente fez com quase 10 mil clientes nossos (...), a principal necessidade é capital de giro", disse. "E a nossa principal preocupação foi dar mecanismos para que eles conseguissem vender, e também continuar com a nossa política de taxas. A gente continuou com as mesmas taxas."

Camperling ainda relatou um aumento nas vendas online durante o período da quarentena. "A gente viu que nossas ferramentas de pagamento online quintuplicaram", contou.

Por sua vez, Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, destacou também o foco em pequenos comerciantes. Mas não apenas neles.

"A gente tem desde o pequenininho, nosso cliente da maquininha, o empreendedor, brasileiro que está ali lutando no dia a dia para vender e gerar renda, fonte de renda para sua família, até grandes empresas que vendem com nossas ferramentas", explicou ele, que anunciou "uma série de ações" que o Grupo MercadoLivre tem feito "para amenizar a situação de crise no país".

Para quem comercializa, por exemplo, Oliveira anunciou que vendedores de produtos considerados essenciais estão isentos de tarifas. Além disso, há campanhas de doações e arrecadações de fundos, e ainda uma linha de capital de giro de R$ 600 milhões.