Com coronavírus, 'prévia' do PIB cai 9,7% em abril e 15,1% em 1 ano, diz BC
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), teve queda de 9,73% em abril, em relação a março, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central. O resultado negativo é reflexo da crise causada pela pandemia do coronavírus, que levou ao fechamento de empresas e à paralisação de diversos setores.
Na comparação com abril do ano passado, a queda foi de 15,09%. Com isso, o indicador acumula baixa de 4,15% de janeiro a abril e de 0,52% nos últimos 12 meses (até abril).
A contração de quase 10% em abril renovou o recorde negativo na série histórica do IBC-Br iniciada em 2003, que havia sido registrado em março, quando o período de confinamento pelo novo coronavírus ainda não havia compreendido o mês todo.
Impactos do coronavírus
A economia brasileira chegou a mostrar sinais positivos no início do ano, mas a pandemia do novo coronavírus acabou com qualquer expectativa de recuperação este ano.
O mês de abril mostrou os impactos totais das medidas adotadas contra o coronavírus em todo o país, como suspensão da produção, fechamento de lojas e empresas e isolamento social.
A produção da indústria brasileira despencou 18,8% em relação a março, queda mais forte na série histórica iniciada em 2002.
As vendas no varejo tiveram as maiores perdas em 20 anos em abril, de 16,8%, enquanto o volume de serviços caiu 11,7% na comparação com o ano anterior, recorde para o setor.
A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que o mercado já prevê contração de 6,51% para a economia este ano, passando a um crescimento de 3,50% em 2021.
A previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é que a economia brasileira deve apresentar queda de 7,4% neste ano. Essa retração pode ser ainda maior, se houver uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus, chegando a 9,1% de queda do PIB.
Na véspera, o Banco Central levou os juros básicos à nova mínima histórica de 2,25% ao ano, ao mesmo tempo em que deixou aberta a porta para nova redução, condicionada à avaliação do cenário.
Segundo o BC, os próximos passos vão depender de novas informações sobre o efeito da pandemia de coronavírus, além de uma diminuição das incertezas com relação à trajetória das contas públicas no Brasil.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)
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