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Hong Kong é cidade mais cara do mundo para se viver; Brasil melhora posição

Hong Kong - Getty Images
Hong Kong Imagem: Getty Images

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/06/2020 04h00

Se sua empresa planeja enviar funcionários para trabalharem fora do país, saiba que Hong Kong encabeça a lista das cidades mais caras do mundo para se viver. No Brasil, a mais cara é São Paulo, na 130ª posição —já esteve em 10º lugar, em 2011. Os dados são da "Pesquisa de Custo de Vida", realizada pela consultoria Mercer, um ranking com as 209 cidades mais caras do planeta. O estudo leva em conta itens como moradia, alimentação e transporte. A melhoria do Brasil tem relação também com a desvalorização do real diante do dólar.

O levantamento é usado por organizações multinacionais para determinar quanto pagar para funcionários expatriados. A pesquisa não mostra o custo médio de cada expatriado, alegando que isso varia de acordo com o salário, tamanho de família, benefícios e política de cada empresa.

Das cinco primeiras cidades do ranking, quatro estão na Ásia: Hong Kong, Ashgabat (Turcomenistão), Tóquio (Japão) e Singapura. Três cidades europeias estão entre as dez mais caras da lista: Zurique, Berna e Genebra, todas na Suíça.

Por que o Brasil ficou mais barato

Das 209 cidades no ranking, aparecem apenas três brasileiras: São Paulo caiu da 86ª posição, em 2019, para a 130ª, em 2020; Rio de Janeiro, da 121ª para a 160ª posição, e Brasília, da 174ª para a 190ª.

Isso é reflexo da queda nos custos de bens e serviços, quando comparado às demais cidades analisadas, além da desvalorização do real frente às moedas estrangeiras, segundo Inaê Machado, líder de Mobilidade Nacional e Internacional na Mercer Brasil.

"Por outro lado, elas podem se tornar mais baratas para impatriados [profissionais que vêm de outros países para trabalhar no Brasil] no Brasil e mais atrativas para as empresas", declarou ela.

Como o ranking é calculado

O levantamento mede o custo comparativo de mais de 200 itens agrupados em dez categorias, como moradia, alimentação, cuidados pessoais, roupas, entretenimento e transporte, entre outros. Os preços dessa "cesta de mercadorias internacional" são comparados em cada cidade. A diferença de custo produz o ranking.

Para o ranking, as cidades são classificadas tendo como base o custo em Nova York (EUA) e usando o dólar americano como moeda de referência. Os dados da Mercer foram coletados em março de 2020.

"Isso garante que os expatriados possam manter seu poder de compra quando transferidos para o exterior e garante que as multinacionais continuem competitivas em atrair e reter os melhores funcionários", afirmou Inaê Machado.

Ela diz que avaliar as flutuações cambiais é "extremamente importante". "Como Nova York é a cidade de referência, um dólar forte significa que os expatriados americanos precisam de menos dinheiro para comprar a mesma cesta de mercadorias do que na cidade onde a moeda é mais fraca, como São Paulo; e o inverso também é verdadeiro", declarou.

A Mercer começou a fazer essas pesquisas de custo de vida em 1990, mas publica os rankings desde 1994.