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E-commerce e conteúdo: como as empresas se preparam para o pós-coronavírus?

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Imagem: iStock

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/06/2020 04h01

Boa parte da economia do planeta está voltando às suas atividades normais após as fases mais agudas da pandemia causada pelo coronavírus. Quais serão os grandes focos dos anunciantes nesta retomada?

A Dentsu Aegis Network (DAN) fez um estudo com 701 clientes, em 36 mercados globais, incluindo o Brasil. Segundo 59% dos entrevistados, o e-commerce será o principal alvo dos investimentos a longo prazo; 50% deles apostarão também em conteúdo; para 45% deles, a gestão de relacionamento com o cliente será outro ponto de atenção.

No Brasil, 60% colocaram o e-commerce como alvo número 1 nas estratégias pós-pandemia; 53% dos entrevistados investirão em ferramentas de performance; e 49% deles também focarão recursos em estratégias de conteúdo.

"A pandemia tornou-se um catalisador dessas áreas nas empresas, evidenciando que o investimento em e-commerce, conteúdo e relacionamento com clientes não poderia ser mais adiado. É uma aceleração da mudança de rota de toda a cadeia", declarou Eduardo Bicudo, CEO da Dentsu Aegis Network Brasil.

Para o executivo, as inovações terão que ir muito além do "compre online". "Vai além da funcionalidade do e-commerce. É sobre como levar a mesma experiência de marca para um ambiente diferente. As marcas também precisam garantir que toda a empresa e seus parceiros estejam alinhados com uma estratégia integrada. A mudança de rota vai além do marketing, pois toda a organização tem que rever processos, produtos e serviços", afirmou o executivo.

Em maio, um estudo da Ebit Nielsen apontou que o e-commerce já era 48% maior do que o medido no mesmo período de 2019.

"Nos meses de março e abril, tivemos um crescimento de 40% de novos usuários comprando via e-commerce no Brasil. A pandemia acelerou muito o processo de digitalização do brasileiro. Alguns comportamentos têm mudado a cada 7 a 10 dias. Antigamente, essas mudanças demoravam cerca de 60 dias", declarou Loredana Sarcinella, diretora de marketing da Samsung, em entrevista recente ao podcast Mídia e Marketing, do UOL.

Mudanças no rumo dos investimentos

O estudo aponta, ainda, que, no Brasil, 100% dos entrevistados afirmaram que farão mudanças no plano de marketing de suas empresas. Para 82%, haverá uma queda nos investimentos. É a hora certa de parar de anunciar? Como estar ao lado da população neste momento?

Para Bicudo, as alterações não tangem apenas redução de investimento, mas envolvem "onde" e "como" investir. "Com os orçamentos da mídia já sob pressão desde antes da pandemia, muitos anunciantes precisam dar mais atenção aos seus clientes atuais".

Segundo a pesquisa, 32% dos entrevistados aumentaram sua atividade de relacionamento com clientes. Já 35% deles acreditam que precisarão investir neste setor a longo prazo. "Saberemos mais, entenderemos mais, preveremos mais, direcionaremos melhor e, em última análise, atenderemos melhor às necessidades reais dos consumidores", diz o executivo.

O CEO do grupo DAN afirmou que é hora de reforçar a comunicação. "Consumidores e comportamentos pré-pandemia não vão simplesmente 'ressurgir' da noite para o dia. Muitas das preferências recém-descobertas irão persistir, e as marcas precisarão integrar essas preferências em novos planos. É hora de anunciar, aprimorar a experiência, reconhecer a fidelidade dos clientes leais e estar presente de maneira assertiva na vida da população", declarou.