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Mentor Neto, CCO e sócio da Bullet: "A publicidade está mais democrática"

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/06/2020 04h01

Mentor Neto, sócio e responsável pela área de criação da agência Bullet, é o entrevistado do podcast Mídia e Marketing, publicado nesta semana.

Publicitário, escritor e radialista, Neto fala sobre como a crise do coronavírus mudou a consciência coletiva, como a publicidade pode ser mais relevante neste momento e conta o processo de criação de suas crônicas.

Para o executivo, a pandemia fez aflorar o lado social da publicidade. "A propaganda tem esse papel de alertar as pessoas que estamos nessa nova ordem mundial. É bacana ver um monte de marcas fazendo isso. Neste momento, a propaganda se tornou mais madura, se tornou mais consciente do seu papel social", diz (a partir de 2:32).

Com mais de 30 anos de carreira, o criativo também aborda outras mudanças recentes no setor —principalmente em relação à perda do charme na propaganda.

"Acho que a publicidade não vai recuperar mais o charme, porque ele estava relacionado a uma ingenuidade de quem recebia a mensagem. O consumidor está muito mais maduro. Por outro lado, em termos de relevância, é muito mais nobre, mais importante. Ela tem que ser relevante porque senão simplesmente perde o consumidor. A sensação que tenho é que a publicidade está se tornando mais democrática (a partir de 15:05).

"A crise criou uma consciência coletiva de que a gente tem que fazer uma pausa naquilo que a gente estava acostumado a fazer, a ir atrás de receitas e vendas. Não podemos esquecer o lado da economia, mas a publicidade tem um papel fundamental de fazer que as pessoas colaborem", afirma (no arquivo acima, o trecho está a partir de 1:05).

Neto também fala como novos negócios estão surgindo a partir da fragmentação da mídia e com a mudança na mentalidade dos consumidores. "A pandemia afetou muito o nosso negócio. Os anunciantes estão contendo investimentos. Nosso setor não é considerado essencial, então temos encontrar alternativas. Os clientes estão reticentes ao iniciar os projetos. Nosso país tem uma novidade todo dia" (a partir de 5:20).

Diretor de arte e virou cronista, Neto explica como começou sua carreira como escritor no Twitter e, depois, com textos maiores no Facebook. Dos seus 4 livros publicados, ele escolhe o primeiro como o que mais gosta. "É que nem disco de banda, representa mais o que eu queria escrever", diz (a partir de 20:50).

O executivo cita, ainda, as campanhas que mais gostou de participar na criação. "Teve a primeira promoção de Tazos, da Elma Chips, no começo da década de 1990. Recebemos esse briefing do cliente e turbinamos com ferramentas que não eram comuns na época" (a partir de 34:20).

Neto também fala sobre a ação "iPod no Palito", criada para a Kibon, em 2008, que distribuiu 10 mil produtos eletrônicos como se fossem palitos de sorvete. Atualmente, além da agência, Neto escreve no site Os Impostores e tem um podcast ao lado do publicitário, músico e escritor Jarbas Agnello, o "Nóize".

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