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Para especialistas, novas culturas são urgentes na publicidade

GoAd Media*

22/06/2020 20h05

O Cannes Lions, maior festival de publicidade do mundo, será realizado de forma remota este ano. Os organizadores do festival decidiram que não iriam realizar o festival "devido aos impactos da pandemia do coronavírus no mundo e na indústria da comunicação".

A semana de seminários e premiações foi substituída por 5 dias de apresentações online, gratuitas, que acontecem até sexta-feira (26) —e que foi ganhou o nome de "Lions Live".

Assim, o festival passou a destacar o papel das empresas diante das atuais demandas sociais, sanitárias e econômicas —além de navegar por movimentos fundamentais se construir um futuro sustentável para os negócios, como responsabilidade corporativa, transformação digital, efetividade e propósito.

Um dos destaques do primeiro dia do evento foi a apresentação de Alex Bennett-Grant, CEO da empresa holandesa We Are Pi.

Ao apresentar a pesquisa Before You Shoot, que traça um panorama estarrecedor da ausência de pessoas negras na indústria publicitária, Bennett-Grant fez uma convocatória: "É preciso por fim à prática de excluir e estereotipar pessoas pretas na publicidade. É preciso equilibrar a balança do mercado, começando de dentro para fora", disse.

Ele pediu à indústria que se comprometesse a adotar três passos para promover a mudança: "Se posicione contra o racismo (senão você é cúmplice). Exija a contratação de pessoas pretas. Construa um fórum seguro para discussão do tema nas empresas", declarou.

O pedido de Alex Bennett-Grant encontra eco nas milhares de manifestações antirracistas mundo afora, deflagradas por ações violentas de policiais contra pessoas pretas, mas também em uma trajetória de ausência de profissionais negros na indústria da comunicação, da mídia e do marketing.

Nova cultura nunca foi tão urgente

A pandemia (e o consequente isolamento social), impôs a muitas empresas a digitalização de experiências e canais, e tornou ainda mais evidente a importância da transformação digital.

Mas, para Ronald Ng, Global Chief Creative Officer da Isobar, o processo vai muito além do investimento em tecnologia: "É sobre mudança dos modelos de negócios. É sobre fazer sentido para as necessidades das pessoas, e isso mexe com a cultura das organizações".

O executivo presidiria, neste ano, o júri da categoria Creative Business Transformation, e falou sobre o que o festival buscará reconhecer nessa área, em 2021. "Trabalhos que refletem o esforço das empresas em atender às demandas das pessoas. Não é só digitalização, e sim um esforço para se reencontrar em um mundo completamente mutante".

Questionado sobre um projeto premiado em Cannes que materializa essa busca, ele citou KFC Pocket Store, que levou a experiência das mais de 5 mil lojas da rede de fast food na China para o aplicativo de celular.

*Curadoria e Produção de Conteúdo para o Mercado de Comunicação e Marketing