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Produtores falam em contaminação na embalagem de frango na China

Do UOL, em São Paulo*

13/08/2020 12h20Atualizada em 13/08/2020 16h36

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) afirmou hoje que está analisando informações sobre possível presença do novo coronavírus em embalagem de frango de origem brasileira, identificada por autoridades de Shenzhen, na China.

O Ministério da Agricultura brasileiro disse que ainda não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre o caso, mas que entrou em contato com a autoridade aduaneira do país em busca de informações.

O frango em questão seria proveniente de um frigorífico da Aurora em Santa Catarina, segundo os chineses. A empresa disse em nota que as informações sobre a suposta contaminação vieram da imprensa local e destacou que não houve notificação oficial até agora.

A Aurora também afirmou que "as medidas estabelecidas pelas autoridades públicas, relativas ao combate a pandemia, estão sendo integralmente seguidas e cumpridas, além da observância de um rigoroso protocolo individual, aprimorado continuamente, de cuidados com seus colaboradores e terceiros, o que tem sido constatado e confirmado pelas diversas fiscalizações dos entes públicos através das respectivas vigilâncias epidemiológicas".

A Aurora é a terceira maior empresa do Brasil em processamento de carne de frango e suína.

Associação diz que não sabe quando ocorreu a contaminação

A ABPA disse que ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação. Também não há evidências de que a carne possa transmitir o vírus, informou.

"A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a OMS (Organização Mundial da Saúde), a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)", afirmou entidade em nota.

Ministério aguarda informações oficiais da China

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura brasileiro disse que consultou a GACC (Administração-Geral de Aduanas da China) na noite de ontem, após notícia veiculada na imprensa chinesa, "buscando as informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação".

De acordo com o Ministério, autoridades de Shenzhen informaram que todos os que manusearam ou entraram em contato com o material testaram negativo para a covid-19. Outras amostras do mesmo lote teriam sido analisadas, com resultados negativos.

"O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) ressalta que, segundo a FAO e a OMS, não há comprovação científica de transmissão do vírus da covid-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos congelados", afirmou a pasta.

China já bloqueou frigoríficos brasileiros

Em meados de julho, a China bloqueou importações de seis frigoríficos brasileiros por preocupações sobre o coronavírus em meio a notícias de milhares de casos da doença entre trabalhadores da indústria.

No mês anterior, os chineses suspenderam a importação de frango de uma unidade da Tyson Foods nos EUA, após a confirmação de casos do novo coronavírus entre os funcionários do local.

OMS minimiza risco de contaminação por alimentos

Nesta quinta, a OMS minimizou o risco de o coronavírus ser transmitido através de embalagens de alimentos.

"As pessoas não devem temer alimentos, embalagens de alimentos ou entrega de alimentos", disse o chefe do programa de emergências da OMS, Mike Ryan. "Não há evidências de que a cadeia alimentar esteja participando da transmissão desse vírus."

Veja abaixo a nota completa da ABPA

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que o setor produtivo está analisando as informações de possível detecção de TRAÇOS DE VÍRUS em EMBALAGEM de produto de origem brasileira, feita por autoridades municipais de Shenzhen, na China.

Ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil está em contato para esclarecimentos com o GACC (autoridade sanitária oficial da China), que fará a análise final da situação.

A ABPA reitera que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Ao mesmo tempo, o setor exportador brasileiro reafirma que todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da inocuidade dos produtos foram adotadas e aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global.

Veja abaixo a nota completa do Ministério da Agricultura

Na manhã de hoje, foi publicada nota no site do município de Shenzhen, com informações da autoridade sanitária local sobre uma suposta detecção de ácido nucleico do coronavírus na superfície de uma amostra de asa de frango congelada, oriunda de um lote importado do Brasil.

Segundo a nota, outras amostras do mesmo lote foram coletadas, analisadas e os resultados foram negativos.

O Escritório de Prevenção e Controle de Epidemiologia de Shenzhen informou que todas as pessoas que manusearam ou entraram em contato com o material testaram negativo para a covid-19.

Ainda na noite de ontem, após notícia veiculada na imprensa chinesa, o Mapa consultou a Administração-Geral de Aduanas da China - GACC buscando as informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação.

Até o momento, o Mapa não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência.

O Mapa ressalta que, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há comprovação científica de transmissão do vírus da covid-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos congelados.

O Mapa reitera a inocuidade dos produtos produzidos nos estabelecimentos sob Sif, visto que obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública.

* Com informações da Reuters