Preço do arroz em SP tem maior alta acumulada desde 2008, diz associação
O preço do arroz subiu 25,7% de janeiro a agosto deste ano no estado de São Paulo, a maior alta para o período desde 2008, segundo o Índice de Preços dos Supermercados, calculado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
De acordo com o índice, levando em conta todos os produtos analisados, a inflação no estado acumulada nos oito primeiros meses de 2020 já é quase o dobro da registrada no mesmo período do ano passado. Os preços subiram 5,93% até agosto, enquanto a alta acumulada nos produtos em 2019 era de 3,03%.
Associação diz que arroz ainda pode subir
Segundo a Apas, o aumento do preço do arroz acontece por diversos fatores, como a diminuição da colheita na Índia —um dos principais produtores mundiais do produto - e o aumento da exportação brasileira do grão.
A associação diz que, apesar de o governo ter zerado a taxa de importação do produto, isso não garante que o preço do arroz baixe tão cedo —ou até mesmo que o preço nas prateleiras já tenha atingido seu auge.
Leite e óleo também disparam
O leite também teve um aumento expressivo de 24,23% no último mês e acumula uma alta de 27,78% durante todo o ano.
Outros produtos que também tiveram alta no último mês, segundo a Apas, são o óleo de soja, com um aumento de 13%, limão alta de 37,16%, o mamão subiu 22,4% e o fígado que aumentou 10,09%.
Os itens que tiveram queda foi a batata, cujo preço caiu 14,07%, a cebola que reduziu 16,21% e o feijão, que baixou 3,98%, mas mantém uma alta acumulada de 18,23% em 2020.
Ministra diz que preço irá se equilibrar no ano que vem
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta segunda-feira que os preços do arroz deverão se equilibrar a partir de meados de janeiro, com a safra da cultura em Santa Catarina.
Segundo disse a ministra em entrevista à rádio Jovem Pan, "o governo não fará intervenção".
"A intervenção que poderia ser feita é uma intervenção de comércio: abrimos 400 mil toneladas de importação com tarifa zero e isso traz tranquilidade de que não haverá falta de produto", disse.
De acordo com Tereza Cristina, entre os motivos que levaram ao aumento do preço do produto está a concessão do auxílio emergencial e a mudança dos hábitos dos brasileiros, que passaram a se alimentar mais em casa por causa da pandemia do novo coronavírus.
*Com Estadão Conteúdo
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