Querem fazer da questão do arroz uma "guerra política", diz Tereza Cristina
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse hoje que estão querendo transformar a alta no preço do arroz, que ela chamou de "problema pontual", em uma "guerra política".
"O que temos que deixar claro aos consumidores é que já vinha subindo o preço há anos, consumidor tem todo direito de reclamar, especialmente o mais pobre, arroz e feijão são a marca da nossa nutrição, mas temos um problema pontual que vai se ajustar, não precisamos de gente tocando fogo para ganhar politicamente", disse ela em entrevista na manhã de hoje à rádio Jovem Pan.
"Se continuasse como estava, teria escassez pro próximo ano, 2021 a expectativa é que teremos uma safra maior e com mais arroz para brasileiros e para exportações", completou. O arroz acumula uma alta de 19,25% em 2020 de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A ministra afirmou ainda que os preços do arroz deverão se equilibrar a partir de meados de janeiro, com a safra da cultura em Santa Catarina. "O governo não fará intervenção", afirmou.
"A que poderia ser feita é de comércio, abrimos 400 mil toneladas de importação à tarifa zero e traz tranquilidade de que não haverá falta do produto".
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, o preço do arroz variou mais de 107% nos últimos 12 meses, com o valor da saca de 50 kg próximo de R$ 100. Os motivos para a alta são uma combinação da valorização do dólar frente ao real, o aumento da exportação e a queda na safra. Em alguns supermercados, o produto, que custava cerca de R$ 15, no pacote de 5 kg, está sendo vendido por até R$ 40.
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