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Maia pede desculpa a Guedes e fala em acelerar reformas e regulamentar teto

"Deixo aqui meu pedido de desculpas [a Guedes]. Fui grosseiro. Não é do meu feitio", disse Maia - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
"Deixo aqui meu pedido de desculpas [a Guedes]. Fui grosseiro. Não é do meu feitio", disse Maia Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

05/10/2020 22h07Atualizada em 06/10/2020 11h37

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu ter sido "grosseiro" com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nas últimas semanas. Maia se disse grato ao apoio recebido durante as eleições de 2018 e pediu desculpas a Guedes, reforçando a necessidade de acelerar as reformas e regulamentar o teto de gastos.

Ambos participaram de um jantar na casa do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, organizado justamente para tentar reaproximar Maia e Guedes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também participou, e os três falaram com os jornalistas na noite de hoje, em clima de reconciliação entre Ministério de Economia e Congresso.

"Na minha última eleição, a única pessoa do governo [Jair] Bolsonaro que me apoiou explicitamente, mesmo sem dizer, foi o ministro Paulo Guedes. Infelizmente, nos meses seguintes à Previdência, por divergências, por erros... Nós fomos nos afastando. Deixo aqui meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro. Não é do meu feitio", disse o deputado em entrevista a jornalistas.

O presidente da Câmara ainda chamou de "dramática" a situação fiscal do país e exaltou a importância da união entre Executivo e Legislativo para se discutir um novo programa de transferência de renda, que vai substituir o Bolsa Família.

"Nós não fomos eleitos apenas para ficar esperando o tempo passar, nós fomos eleitos para assumir responsabilidades", afirmou Maia. "A agenda de reformas não pode parar, independentemente das eleições municipais. O teto de gastos é a primeira de nossas urgências, porque com a regulamentação do teto de gastos, a gente resolve o [novo] programa social."

O deputado também citou a necessidade de modernização do Estado e da construção de um programa social que respeite o teto de gastos para "poder dar suporte a milhões de famílias que vão precisar do Estado brasileiro a partir de 1º de janeiro de 2021", quando o governo deixa de pagar o auxílio emergencial.

'Página virada'

Alcolumbre comemorou a reaproximação entre Executivo e Legislativo — e, mais especificamente, de Guedes e Maia. O senador garantiu que a relação agora é de "harmonia" e falou em assumir responsabilidades frente à população brasileira.

"Esse gesto de reaproximação de uma agenda — que é conciliatória — foi fundamental para que a gente possa, a partir de amanhã, virar uma página. Essa reunião de hoje marca um novo iniciar dessa relação, com franqueza, com honestidade e com divergências, que são naturais da vida pública", minimizou.

Último a falar, Paulo Guedes também pediu desculpas a Maia e reforçou que os interesses do Brasil estão "acima de quaisquer divergências". Ele também exaltou o papel do presidente da Câmara na aprovação da reforma da Previdência, no ano passado.

"Caso eu tenha ofendido o presidente Rodrigo Maia ou qualquer político que eu possa ter ofendido inadvertidamente, peço desculpas também. Não há problemas. Às vezes dou alguns exemplos genéricos, e às vezes posso estar ofendendo alguém. [Mas] Eu sempre faço questão de pedir desculpas e esclarecer", disse o ministro, acrescentando que, de sua parte, "nunca houve diferenças pessoais".