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Guedes elogia ação do Brasil na pandemia: perdemos só 1 milhão de empregos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou ação do Brasil para preservar empregos - Edu Andrade/Ascom/ME
O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou ação do Brasil para preservar empregos Imagem: Edu Andrade/Ascom/ME

Do UOL, em São Paulo*

19/10/2020 12h36

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje, em conferência virtual da Cúpula da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que o Governo Federal conseguiu com suas ações diminuir os efeitos da pandemia do novo coronavírus no mercado de empregos.

Citando o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e os números divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) no dia 30 de setembro, Guedes disse que o Brasil conseguiu preservar grande parte dos empregos. Ele se referiu especificamente aos postos formais, não citando na comparação com os Estados Unidos o impacto no mercado informal brasileiro.

"No mesmo período em que os Estados Unidos demitiu 33 milhões de pessoas, o Brasil preservou 11 milhões de empregos, digitalmente registrados, pelo nosso sistema de proteção, e perdemos apenas um milhão de empregos (formais). No mês passado (na verdade agosto) já recuperamos 250 mil empregos", disse, referindo-se aos 33 milhões de pedidos de seguro-desemprego registrados em maio pelos Estados Unidos no período de sete semanas.

Em relação ao Brasil, os dados citados por Paulo Guedes fazem parte do último boletim do Caged, que aponta que 249.388 vagas com carteira assinada foram abertas em agosto. Foram contratados 1,239 milhão de formais e demitidos 990 mil, o melhor resultado para agosto desde 2010.

Nos oito primeiros meses do ano, porém, as demissões superaram as contratações em 849.387. O número aproximado de 1 milhão citado por Paulo Guedes corresponde ao período de maior impacto da pandemia.

Vale lembrar, porém, que a Pnad Contínua de julho, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que em apenas um trimestre, 7,214 milhões de brasileiros perderam o emprego. Em um ano, o total de postos extintos supera os 11,5 milhões.

As pesquisas têm metodologias diferentes: enquanto o Caged considera só os com carteira, por meio dos dados que as empresas enviam ao governo, a Pnad Contínua faz amostra de domicílios com dados de vagas formais e informais, domésticos, empregadores etc.

No discurso, Paulo Guedes também disse que o Brasil conseguiu "preservar os sinais vitais da economia com o auxílio emergencial", dizendo que o Governo encontrou "36 milhões de invisíveis".

Guedes ainda disse que o país gastou 10% do PIB no combate aos efeitos da pandemia da covid-19, "sem arrependimentos", mas que as despesas ficarão restritas a este ano, com parte da conta sendo coberta com desinvestimentos.

"Nós temos que pagar as despesas extraordinárias com o coronavírus. É como uma guerra, temos que pagar pela guerra. Vamos desinvestir para pagar isso", afirmou Guedes.

Críticas exageradas

Ao citar os riscos apontados por investidores em vir para o Brasil, Guedes citou a questão ambiental e afirmou que as críticas que o Brasil recebe por "matar índios e queimar florestas" são exageradas e pautadas por aqueles que perderam as eleições.

"Toda essa história de matar índios e queimar florestas é um exagero. Temos um ano e meio (de governo), não acredito que a Amazônia foi queimada em um ano e meio. Se há algo errado, esteve errado pelos últimos 30 anos", afirmou o ministro.

Ele acrescentou que o país tem a matriz energética mais limpa do mundo e é o que mais recebe imigrantes, mais miscigena e melhor trata seus indígenas.

"Há uma narrativa pelas pessoas que perderam as eleições de que o Brasil está matando seus índios e destruindo florestas... mas estamos tentando nosso melhor", afirmou.

*Com informações em agência Reuters