Mercado Livre terá frota própria de aviões para agilizar entregas no Brasil
O Mercado Livre, considerado o maior grupo de comércio eletrônico da América Latina, anunciou hoje o lançamento de uma companhia com frota própria, formada por quatro aviões.
A MELI Air será operada por diferentes companhias aéreas e o objetivo, segundo a empresa, é aumentar a capacidade de entregas para o dia seguinte no Brasil.
"Queremos ter a melhor logística do Brasil e aumentar o número de entregas no dia seguinte. A ampliação consistente e robusta da nossa malha logística é decisiva para a manutenção da excelência do atendimento e satisfação do consumidor final - tanto vendedores quanto compradores da nossa plataforma", afirmou Leandro Bassoi, vice-presidente de Mercado Envios, braço logístico da empresa.
"Além de melhorar a experiência de compra no Brasil, esperamos que a iniciativa contribua para o aumento do reconhecimento visual da marca associado aos atributos de confiança e eficiência logística", completou o executivo, em seguida.
As quatro aeronaves farão transporte de produtos armazenados em dois Centros de Distribuição —São Paulo e Bahia— sete dias por semana. Um deles, inclusive, foi flagrado por um internauta no aeroporto em São José dos Campos (SP).
Entre investimentos na MELI Air, abertura de novo Centro de Distribuição, e outras ações, a Mercado Livre promete investir cerca de R$ 4 bilhões no Brasil somente em 2020.
O alto investimento feito pela companhia argentina no País ocorre ao mesmo tempo em que players nacionais, como Magazine Luiza e Via Varejo, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, apresentaram forte expansão nas vendas do comércio eletrônico durante a pandemia.
Seguindo os passos da Amazon
A Mercado Livre segue os mesmos passos da gigante americana Amazon, que em 2016 também lançou a sua frota própria de aviões de carga, denominada "PrimeAir". A primeira aeronave foi um Boeing 767 e operado pela empresa Atlas Aircon.
Batizado "Amazon One", o avião foi oficialmente apresentado durante a Feira Seafair Air Show na cidade onde se encontra sua sede, Seattle, nos Estados Unidos.
"Criar uma rede de transporte aéreo nos permite desenvolver nossas capacidades para garantir prazos de entrega mais curtos para nossos membros Prime nos próximos anos", afirmou Dave Clark, responsável de operações mundiais de Amazon, na ocasião.
De olho nos Correios?
Em setembro, o ministro das Comunicações Fábio Faria afirmou em uma live que o governo quer, em breve, privatizar os Correios e que gigantes do varejo, como o Magazine Luiza, já haviam demonstrado interesse na aquisição da estatal.
"Não teremos um processo de privatização vazio. Já temos cinco players interessados, entre eles Magalu, DHL e FedEx", adiantou o ministro.
As outras duas empresas seriam a Amazon e o Mercado Livre. Na ocasião, nenhuma das empresas citadas quis comentar a declaração do ministro.
A privatização dos Correios atrai a atenção dessas empresas devido à estrutura logística, entre galpões e a malha de caminhões, e o acesso a todos os municípios do Brasil.
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