Pandemia impulsiona Black Friday mais virtual da história para o varejo
As vendas online na Black Friday 2020 devem crescer 77% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), principalmente por causa da pandemia.
Os principais varejistas investiram em estratégias e ofertas para turbinar as vendas via e-commerce e, assim, tentar reduzir o movimento nas lojas físicas.
Via Varejo
É o caso da Via Varejo (controladora da Casas Bahia e do Ponto Frio), que optou por antecipar o início da promoção para 21 de outubro, diferentemente do ano passado, quando as ações foram centralizadas na própria sexta-feira. No acumulado dos 40 dias, a empresa projeta vender mais do que na Black Friday de 2019.
"No ano passado, a busca foi metade em loja física e metade online. Desta vez, sem sombra de dúvida, a procura online vai ser maior, justamente pelas limitações ocasionadas pela pandemia. Optamos por mudar nossa estratégia para evitar aglomeração nas lojas", explica Abel Ornelas, diretor de operações da Via Varejo. Mesmo assim, há expectativa de movimento maior nos pontos de venda físicos hoje, na comparação com uma sexta-feira comum.
Magazine Luiza
O Magazine Luiza também passou o mês de novembro dando descontos diários em vários produtos, mas nem por isso espera um fluxo menor de pessoas hoje. "A Black Friday é uma data consolidada e acreditamos que o cliente vai até a loja comprar, sim. Por isso, estamos reforçando nossos protocolos de saúde e higiene para que as pessoas possam comprar em segurança", disse a diretora de marketing, Ana Paula Rodrigues.
Americanas
Como os concorrentes, a Americanas estendeu sua promoção —que a empresa chama de Red Friday, em alusão à cor do seu logotipo— ao longo do mês de novembro. "A antecipação foi pensada para diluir o fluxo expressivo nos dias de pico do evento e evitar aglomerações nas nossas mais de 1.700 lojas físicas", afirma Leonardo Rocha, chefe de marketing da plataforma digital Americanas. Na quarta-feira, dia 25, as lojas físicas já abriram com preços promocionais.
Outra iniciativa é incentivar as compras pelo aplicativo, oferecendo condições como frete grátis em milhares de itens e um produto por dia com até 50% de cashback (quando o cliente recebe parte do dinheiro de volta, para usar apenas na mesma loja) para pagamentos com o aplicativo da própria plataforma (Ame).
A Americanas.com também funciona como marketplace. Os quase 80 mil lojistas parceiros do marketplace venderam, somente na Black Friday do ano passado, o equivalente à venda de 53 dias, segundo Rocha. "Esperamos fazer uma Red Friday ainda maior esse ano", afirma.
Show da Black Friday
Neste ano, a empresa entrou novamente como patrocinadora master do Show da Black Friday, iniciativa lançada no ano passado pelo YouTube, que mistura live commerce e entretenimento. As apresentações começaram às 21h de ontem e vão até a 1h desta sexta-feira.
O youtuber Felipe Neto vai apresentar o show principal, patrocinado pela Americanas, com a presença de convidados como a ex-BBB Rafa Kalimann e a digital influencer Camila Coutinho. Na primeira edição, em 2019, o evento registrou cinco milhões de espectadores únicos, batendo o recorde de maior transmissão ao vivo de entretenimento do YouTube no Brasil.
Black das Blacks
Mais ou menos no mesmo horário, o Magazine Luiza transmitirá seu próprio show, o Black das Blacks, com apresentação de Luciano Huck e presença de artistas como Anitta, Zé Neto e Cristiano, Dilsinho e Barões da Pisadinha.
A Black das Blacks será transmitida no canal Multishow, no Globoplay e nas redes sociais do Multishow e do Magalu. "São atrações de peso e acreditamos que vamos marcar a data com o nosso show", diz a diretora de marketing.
A campanha da Via Varejo para as Casas Bahia apostou em uma nova versão da música-tema da marca para a Black Friday, "Ela tá Podendo", com Maiara e Maraísa, MC Kekel e Mumuzinho.
Para o Ponto Frio, a Via Varejo lançou uma campanha com os personagens do filme "Pinguins de Madagascar".
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