Economia diz que saída da Ford 'destoa' de recuperação da indústria no país
O Ministério da Economia divulgou uma nota, na noite de hoje, lamentando a decisão da Ford de fechar fábricas e encerrar a produção no Brasil. A pasta afirmou que a saída da montadora "destoa" da recuperação econômica no país e que trabalha para reduzir os custos para a produção no país.
"O Ministério da Economia lamenta a decisão global e estratégica da Ford de encerrar a produção no Brasil. A decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise. O ministério trabalha intensamente na redução do custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes. Isto reforça a necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturai", diz o texto.
Em postagem no Twitter, o Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, declarou que a indústria estava "em frangalhos" quando a gestão atual assumiu.
"Lamento o encerramento das atividades fabris da Ford. Quando assumimos, a indústria vinha em frangalhos, apesar de bilhões gastos por governos anteriores. Temos reduzido o custo Brasil que herdamos, 22% do PIB. Mas a pandemia impediu que nossas ações surtissem efeito a tempo", escreveu Costa.
Ford fecha fábricas e encerra produção
A Ford anunciou hoje o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Horizonte (CE) e Taubaté (SP), além do fim da produção de veículos no país.
A marca, que já foi uma das quatro maiores do país em volume de vendas, já tinha fechado a unidade de São Bernardo do Campo (SP) em meados de 2019, onde produzia sua linha de caminhões e o Fiesta, já descontinuados. Segundo a empresa, a decisão divulgada hoje faz parte da reestruturação global e também no mercado sul-americano.
Ao menos 5 mil funcionários serão demitidos no Brasil e na Argentina.
O que é o custo Brasil
O custo Brasil, citado por Costa, corresponde a uma medida do quanto é mais caro produzir aqui do que em outros países em função de ineficiências e outros custos da economia brasileira.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) criticou a "falta de medidas que reduzam o custo Brasil" em nota sobre a decisão da Ford.
No ano passado, um estudo estimou que as empresas instaladas no Brasil têm um custo R$ 1,5 trilhão superior a uma média de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Esse levantamento comparou os custos brasileiros aos do exterior em 12 dimensões, como infraestrutura, tributos, integração com cadeias produtivas globais, capital humano, entre outros.
Em novembro passado, o secretário afirmou que esperava zerar o custo Brasil num prazo de cinco anos.
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