Maia diz que saída da Ford reflete 'falta de credibilidade do governo'
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o governo federal após o anúncio do fechamento de fábricas da Ford no país. No Twitter, o deputado disse que a decisão reflete a "falta de credibilidade" do governo em segurança jurídica e sistema tributário. Em resposta, o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação), Fabio Wajngarten, disse que Maia busca holofotes e que a decisão da marca não tem relação com a situação atual do país.
"O fechamento da Ford é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional. O sistema que temos se tornou um manicômio nos últimos anos, que tem impacto direto na produtividade das empresas", afirmou Maia. "Espero que essa decisão da Ford alerte o Governo e o parlamento para que possamos avançar na modernização do Estado e na garantia da segurança jurídica para o capital privado no Brasil", acrescentou.
Pouco depois da publicação, Fabio Wajngarten acusou Maia de mentir sobre o assunto.
"A verdade dos fatos: a Ford mundial fechou fábricas no mundo porque vai focar sua produção em SUVs e picapes, mais rentáveis. Não tem nada a ver com a situação política, econômica e jurídica do Brasil. Quem falar o contrário, mente e quer holofotes", escreveu o secretário de comunicação na rede social.
Ford fecha fábricas e encerra produção
A Ford anunciou hoje o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Horizonte (CE) e Taubaté (SP), além do fim da produção de veículos no país.
A marca, que já foi uma das quatro maiores do país em volume de vendas, já tinha fechado a unidade de São Bernardo do Campo (SP) em meados de 2019, onde produzia sua linha de caminhões e o Fiesta, já descontinuados. Segundo a empresa, a decisão divulgada hoje faz parte da reestruturação global e também no mercado sul-americano.
Ao menos 5 mil funcionários serão demitidos no Brasil e na Argentina.
Anfavea critica custo para produção no país
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirmou que não comentará a decisão da Ford, divulgada na tarde de hoje, mas que o fechamento de fábricas e fim da produção de veículos da montadora no Brasil apenas confirma alertas feitos pela entidade a respeito do setor automotivo e dos custos para a produção no país.
No ano passado, um estudo estimou que as empresas instaladas no Brasil têm um custo R$ 1,5 trilhão superior a uma média de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Esse levantamento comparou os custos brasileiros aos do exterior em 12 dimensões, como infraestrutura, tributos, integração com cadeias produtivas globais, capital humano, entre outros.
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