Indústria cresce pelo oitavo mês seguido, mas fecha 2020 com queda de 4,5%
A produção industrial registrou alta de 0,9% em dezembro na comparação com o mês anterior, crescendo pelo oitavo mês consecutivo, mas ainda assim encerrou 2020 com a maior queda em quatro anos diante das consequências da pandemia de coronavírus.
A indústria fechou o ano de 2020 com queda de 4,5% — em 2019, o recuo foi de 1,1%. É o pior resultado para um ano desde 2016, quando houve queda de 6,4%.
Na comparação com dezembro de 2019, houve alta de 8,2%.
Os dados fazem parte da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) e foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os dados do IBGE mostraram que em 2020 a maior pressão negativa foi exercida por veículos automotores, reboques e carrocerias, com contração de 28,1% contra o acumulado de 2019, pressionada principalmente, pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e autopeças.
Na comparação de 2020 com o ano anterior, todas as grandes categorias tiveram queda, com destaque para bens de consumo duráveis (-19,8%) e bens de capital (-9,8%).
"Ambas têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores. No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões", explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Setor de veículos cresce pelo 8º mês seguido
O avanço da atividade industrial na passagem de novembro para dezembro alcançou 17 dos 26 ramos pesquisados. Macedo avalia que o resultado mostra regularidade de crescimento nos últimos meses. "Esse perfil generalizado de expansão está presente neste período", disse ele em comunicado divulgado pelo IBGE.
Entre as atividades, as influências positivas mais relevantes, na comparação com novembro (série com ajuste sazonal), foram da metalurgia (19%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e das indústrias extrativas (3,7%).
Veículos automotores, reboques e carrocerias acumula expansão de 1.308,1% em oito meses consecutivos de crescimento na produção, eliminando, dessa forma, a perda de 92,3% registrada no período de março a abril.
Já entre as nove atividades que tiveram queda na comparação com novembro, os principais impactos negativos vieram de produtos alimentícios (-4,4%), que acumula redução de 11% em três meses de queda; bebidas (-8,1%), que reverteu o crescimento de 1,7% registrado em novembro; e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%), que acumula perda de 3,2% em três meses consecutivos de queda na produção, o que eliminou parte do avanço de 10,1% acumulado de julho a setembro.
Bens de capital e bens de consumo duráveis crescem
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital e bens de consumo duráveis cresceram 2,4% em dezembro e tiveram as maiores taxas positivas. É o oitavo mês seguido de expansão na produção de ambas, acumulando nesse período alta de 134,9% e 565,7%, respectivamente.
Já a categoria de bens intermediários teve alta de 1,6% e registrou crescimento acima da média. Com isso, reverteu os resultados negativos registrados em outubro (-0,1%) e novembro (-0,2%).
A única categoria que apresentou recuo em dezembro foi bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 0,5%.
(Com Reuters)
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