Produção industrial tem queda de 1,1% em 2019, após 2 anos de alta
Resumo da notícia
- Das 24 atividades pesquisadas pelo IBGE, 16 tiveram queda no ano
- Os resultados da indústria extrativa pesaram em 2019, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho
- Só em dezembro, a produção industrial nacional caiu 0,7% na comparação com o mês anterior
- As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
A produção da indústria brasileira registrou queda 1,1% em 2019, na comparação com 2018, após dois anos seguidos de crescimento, em 2017 (2,5%) e 2018 (1%). A tragédia de Brumadinho (MG) teve forte influência no setor.
Só em dezembro, a produção industrial nacional caiu 0,7% na comparação com o mês anterior, segunda taxa negativa seguida. Em relação a dezembro de 2018, a indústria caiu 1,2%. O desempenho da indústria no último mês do ano foi pior que o esperado por analistas.
Com esses resultados, o setor industrial recuou tanto no fechamento do quarto trimestre de 2019 (-0,6%), como no acumulado do segundo semestre (-0,9%), contra iguais períodos do ano anterior.
Encerra-se o ano com uma clara desaceleração da produção industrial. Parece que em agosto, setembro e outubro houve uma antecipação da produção da indústria para a Black Friday e festas de fim de ano e, em novembro e dezembro, a indústria freou
André Macedo, gerente da pesquisa
No ano de 2019, além do rompimento da barragem de Brumadinho, a indústria do Brasil enfrentou dificuldades como a crise na Argentina, grande importadora de produtos industrializados brasileiros, desemprego ainda elevado no Brasil e dificuldades da economia em engrenar com mais força, o que limita o consumo das famílias. Por outro lado, a liberação de saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de algum suporte ao consumo.
As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Brumadinho puxou queda de 10% da indústria extrativa
Tiveram grande peso nesses resultados negativos os efeitos na indústria extrativa, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho no início de 2019.
André Macedo, gerente da pesquisa
De acordo com Macedo, se o setor extrativo (-9,7%) fosse retirado do cálculo, a variação da produção industrial seria de 0,2% no ano.
16 entre 24 atividades tiveram queda no ano
Outros fatores também contribuíram para o recuo da indústria brasileira. Das 24 atividades pesquisadas pelo IBGE, 16 tiveram queda no ano.
De acordo com os dados do IBGE, a categoria de Bens Intermediários perdeu 2,2%, sendo seguido pela queda de 0,4% na produção de Bens de Capital, um indicador dos investimentos. O único ganho foi registrado por Bens de Consumo, de 1,1%.
Mas em dezembro, na comparação com o mês anterior, a fabricação de Bens de Capital despencou 8,8%, com os Bens de Consumo caindo 1,4% e os Bens Intermediários subindo apenas 0,1%
Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias perderam 4,7% enquanto máquinas e equipamentos tiveram queda de 7%.
Mercado interno ainda fraco
"A produção industrial pode estar sendo impactada pelas incertezas no ambiente externo e também pela situação do mercado de trabalho no país que, embora tenha tido melhora, ainda afeta a demanda doméstica", disse Macedo.
Do lado positivo está a produção de bens de consumo, tanto duráveis quanto não duráveis. "O avanço no mercado de trabalho e a liberação de saques do FGTS injetaram dinheiro na economia, impulsionando essa atividade", afirmou.
A mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostra que os economistas esperam retomada da produção da indústria em 2020, com uma alta de 2,21%, chegando a um aumento de 2,5% em 2021.
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