Presidente do Banco do Brasil renuncia; governo indica novo nome
O Banco do Brasil informou hoje que o presidente André Guilherme Brandão entregou pedido de renúncia do cargo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Conselho de Administração da instituição. Para o seu lugar, o governo indicou o nome do administrador Fausto de Andrade Ribeiro, atual diretor-presidente da BB Consórcios, subsidiária do BB.
Apesar de no Planalto afirmarem que a indicação viria de Paulo Guedes, fontes do Ministério da Economia disseram ao UOL que teria sido uma iniciativa de Bolsonaro a escolha de Fausto de Andrade.
Já a decisão de Brandão ocorre após meses de desgaste no comando da instituição financeira. O pedido de renúncia vale a partir de 1º de abril. A saída já era dada como certa por auxiliares de Bolsonaro.
Brandão é o segundo presidente do BB a deixar o cargo no governo Bolsonaro — o primeiro foi Rubem Novaes. Ele foi um dos escolhidos pelo ministro da Economia para compor o governo.
Antes da indicação de Fausto de Andrade, o nome apontado como mais forte para o cargo era do presidente da Caixa Seguridade, João Eduardo Dacache.
No início do ano, o anúncio de uma reformulação no banco fez o Bolsonaro demonstrar seu desconforto com Brandão a ponto de "pedir sua cabeça". Na ocasião, Guedes conseguiu segurar a demissão.
Apesar disso, o desgaste não foi superado e, após a mudança no comando da Petrobras — com a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco —, a saída de Brandão era tida no governo como questão de tempo.
Proposta barrada
Bolsonaro mandou paralisar e se irritou com a proposta de Brandão de fechar 112 agências e desligar 5 mil funcionários.
A proposta de reestruturação havia agradado investidores e era considerada positiva pela equipe econômica.
Em setembro de 2020, o economista Rubem Novaes renunciou ao cargo, e Brandão foi o escolhido para substitui-lo. Na época, Novaes afirmou que decidiu deixar o cargo por "não se adaptar à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília". Ele não quis citar um fato específico e disse que se referia ao ambiente político da capital do país.
Veja trecho do fato relevante divulgado hoje à noite ao mercado pelo Banco do Brasil e assinado pelo vice-presidente Carlos José da Costa André:
"O Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. André Guilherme Brandão entregou, nesta data, ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, e ao Ilmo. Presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil, Hélio Lima Magalhães, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de 01 de abril de 2021".
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