Ex-ministro da Fazenda critica Bolsonaro: 'Prefere contar os mortos'
Em entrevista à CNN na manhã de hoje, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, fez críticas ao atual Governo Federal e à postura do presidente Jair Bolsonaro diante do enfrentamento à pandemia da covid-19.
"O presidente boicota todas as medidas de restrição. Sem o controle da pandemia, não há como vencer essa recessão que estamos vivendo. O presidente faz tudo ao contrário do que é recomendado. Ele não vê o que está acontecendo aqui e em outros países? Bolsonaro continua insistindo em preservar a liberdade de ir e vir, mas isso tem limites. As pessoas não podem ir além dos limites que prejudicam o resto da sociedade. As pessoas não podem deixar de usar máscaras. Em uma pandemia, isso não existe", disse o ex-ministro.
As críticas de Maílson da Nóbrega foram formalizadas em uma carta aberta assinada por cerca de 200 economistas último domingo (21). O grupo assinou a carta em que pedem medidas efetivas de combate à pandemia. Além de Nóbrega, os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Ruben Ricupero, os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Gustavo Loyola, Pérsio Arida, Ilan Goldfajn e Affonso Celso Pastore e ligados ao mercado financeiro, como o presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira, e o conselheiro do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles, também participaram da ação.
Ainda na entrevista, o ex-ministro da Fazenda disse que espera que Bolsonaro assuma o papel de presidente em suas atitudes.
"Para melhorar a situação do Brasil, Bolsonaro precisa abandonar seu discurso negacionista, pois parece que ele está sugerindo que prefere contar os mortos a contar os desempregados. É preciso que ele assuma o papel que lhe cabe como presidente do país. Cuidar da população é papel da liderança política", completou.
Questionado sobre a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, Nóbrega fez elogios ao economista: "Paulo Guedes tem defendido as necessidades de reformas no país e está entendendo o momento que estamos vivendo. A atitude dele de usar mascaras, sendo um dos poucos políticos da atual gestão que utilizam, é uma postura correta e isso só acrescenta o prestígio que ele tem tido por pessoas que acompanham seu trabalho", finalizou o ex-ministro da Fazenda.
(Com Estadão Conteúdo)
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