PIB: Investimentos crescem 17% em um ano e ajudam retomada da economia
Resumo da notícia
- Investimento sobe 17% e tem melhor desempenho entre itens do PIB no 1º trimestre
- Outro indicador, a taxa de investimento em relação ao PIB, cresce de 15,9% a 19,5%
- Poupança também aumenta e sinaliza espaço para investimento seguir crescendo, dizem economistas
Os investimentos das empresas em novos projetos, infraestrutura, compra de máquinas e ampliação de produção cresceram 17% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Dentre os componentes do PIB (Produto Interno Bruto), foi o item que mais cresceu. Na comparação com o trimestre anterior, a alta foi de 4,6%.
Segundo economistas, esses números mostram que os investimentos estão sendo decisivos para a retomada da economia brasileira.
Outro indicador que aponta para a recuperação é a taxa de investimento, que é a relação entre o total de investimentos e o PIB. A taxa subiu de 15,9%, no primeiro trimestre de 2020, para 19,4%, no mesmo período deste ano. A taxa de poupança, ou seja, os recursos que o país tem guardados e que pode virar investimentos, também apresentou melhora, subindo de 13,4% para 20,6% nesse período de comparação.
Os analistas dizem que esses números são positivos porque permitem que a atividade econômica possa acelerar o passo quando os impactos da pandemia ficarem para trás.
Os números justificam uma continuidade das estimativas positivas para o crescimento do PIB em 2021, convergindo essas projeções para patamares entre 5% e 5,5%, ainda condicionadas, claro, à evolução da pandemia e das influências que o Brasil pode receber do ambiente externo, que também está sujeito à pandemia.
José Mauro Delella, consultor econômico da Alta Vista Investimentos
Economia volta ao nível pré-pandemia
A economia brasileira cresceu 1,2% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, e 1% na comparação com o mesmo trimestre de 2020. Com o resultado, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
Já no PIB acumulado em quatro trimestres encerrados em março, a economia brasileira ainda apresenta queda, de 3,8%. Mas mesmo nessa base de comparação, os investimentos também aumentaram, em um avanço de 2%. A agropecuária também cresceu, em 2,3%. Todos os demais itens recuaram: indústria (-2,7%), serviços (-4,5%), consumo das famílias (-5,7%) e gastos do governo (-5,7%).
Do lado da demanda, a surpresa positiva ficou com investimentos, registrando crescimento de 4,6% na comparação com o trimestre anterior. Esses números do trimestre confirmam uma recuperação mais forte da economia. Para as próximas leituras, avaliamos que o impacto limitado da segunda onda da pandemia, a retomada do auxílio emergencial e o avanço na vacinação apontam para um sólido crescimento em 2021.
Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais
Os indicadores antecedentes seguem apontando continuidade da retomada da atividade nos próximos meses. Assim, para o PIB em 2021, nossa projeção é de um crescimento de 4,3%.
José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos
Riscos para a economia
Segundo o economista da Genial, o cenário de crescimento neste momento enfrenta ainda três fontes de riscos que o Brasil precisa evitar:
- Aumento de casos e mortes de covid-19: que podem levar a novas restrições à atividade econômica;
- Risco fiscal: porque o teto de gastos continua sendo uma restrição para as despesas obrigatórias nas próximas discussões de Orçamento;
- Recuperação lenta do mercado de trabalho: se o mercado de trabalho apresentar recuperação muito lenta, o consumo pode cair.
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