PIB brasileiro cresce 1,2% no 1º trimestre e volta ao patamar pré-pandemia
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre do ano, em relação ao último trimestre de 2020. Esse é o terceiro resultado positivo, depois dos recuos no primeiro (-2,2%) e no segundo (-9,2%) trimestres do ano passado.
Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014. Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a economia cresceu 1%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o tombo permanece, com queda de 3,8% em relação ao período anterior.
Em 2020, o PIB brasileiro registrou queda de 4,1% na comparação com o ano anterior, o maior recuo anual da série iniciada em 1996, interrompendo uma sequência de três anos de crescimento.
Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços finais produzidos no país, totalizou R$ 2,05 trilhões no primeiro trimestre deste ano. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A expansão da economia brasileira veio dos resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indústria (0,7%) e nos serviços (0,4%).
Mesmo com a segunda onda da pandemia de covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
O ritmo lento de vacinação e o desemprego recorde são fatores de preocupação, ainda que o PIB tenha apresentado o terceiro trimestre consecutivo de crescimento sobre o período anterior. De acordo com o IBGE, o consumo das famílias recuou 1,7% explicado pelo aumento da inflação e reflexos da pandemia.
Agropecuária e indústria
Na agropecuária, a alta foi puxada pela melhora na produtividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura brasileira e previsão de safra recorde este ano.
Já na atividade industrial, o avanço veio das indústrias extrativas (3,2%). Também cresceram a construção (2,1%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%). O único resultado negativo foi das indústrias de transformação (-0,5%).
Todos subsetores da indústria cresceram, menos a indústria de transformação, que tem o maior peso, impactada pela indústria alimentícia, que afetou o consumo das famílias.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Serviços vão bem em quase todos os subgrupos
Nos serviços, que contribuem com 73% do PIB, houve resultados positivos em transporte, armazenagem e correio (3,6%), intermediação financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comércio (1,2%) e atividades imobiliárias (1%). Outros serviços ficaram estáveis (0,1%).
A única variação negativa foi a da administração, saúde e educação pública (-0,6%). Não está havendo muitos concursos para o preenchimento de vagas e está ocorrendo aposentadoria de trabalhadores, reduzindo a ocupação do setor. Isso afeta a contribuição da atividade para o valor adicionado.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Consumo das famílias fica estável e o do governo cai
Os efeitos da pandemia influenciaram o consumo das famílias (-0,1%), que apresentou estabilidade no primeiro trimestre deste ano, frente ao quarto trimestre de 2020. Já o consumo do governo teve queda de 0,8%.
O aumento da inflação pesou, principalmente, no consumo de alimentos ao longo desse período. O mercado de trabalho desaquecido também. Houve ainda redução significativa nos pagamentos dos programas do governo às famílias, como o auxílio emergencial", disse Palis, observando, por outro lado, que houve aumento no crédito para pessoas físicas.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Mercado prevê PIB de 3,96% em 2021
A expectativa do mercado financeiro é de que o PIB brasileiro tenha crescimento de 3,96% em 2021, de acordo com o último Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central.
A projeção está acima da expectativa do próprio governo, que prevê uma alta de 3,5% para o PIB neste ano, de acordo com o Boletim Macrofiscal da SPE (Secretaria de Política Econômica), do Ministério da Economia.
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