Busca por seguro de vida aumenta na pandemia; vale a pena para todos?
As sequelas e mortes causadas pela pandemia de covid-19 fizeram com que muita gente buscasse seguro de vida como uma proteção financeira em caso de morte ou invalidez permanente. Vale a pena fazer isso?
Especialistas ouvidos pelo UOL dizem que é importante ter um seguro de vida, mas, antes da contratação, o interessado deve ficar atento a custos, coberturas e, principalmente, a características familiares.
Alta de 26% nas vendas
Dados da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) mostram que, no ano passado, já em meio a pandemia, as contratações individuais de seguro de vida cresceram 26,2% ante o ano anterior.
Agora, nos dois primeiros meses de 2021, o número teve um aumento de 24,9% na comparação com o primeiro bimestre do ano passado.
Cobertura de dias fora do trabalho
Segundo Ana Flávia Ferraz, presidente da Comissão de Produtos de Risco da FenaPrevi, a pandemia mudou a visão sobre os seguros.
"A pandemia trouxe um contexto difícil e acelerou esse processo de entender o seguro como um instrumento não só de proteção financeira, mas também como um produto que pode ser utilizado em diversos momentos", disse.
Segundo a executiva, os contratantes buscam, além das tradicionais coberturas por morte, invalidez permanente e assistência funerária, produtos que também ofereçam outros benefícios, como assistência médica específica e diárias de incapacidade, nos quais a apólice cobre períodos fora do trabalho, por exemplo.
Quanto custa? Vale a pena?
O UOL simulou um seguro de vida que prevê cobertura de R$ 100 mil em caso de morte ou invalidez permanente, além de assistência funeral, para um homem de 31 anos, em três plataformas digitais, com uma apólice válida por 12 meses.
Veja os preços:
Porto Seguro - R$ 16,36/mês
PagBank - R$ 19,90/mês
Nubank - R$ 18,51/mês
Liberty - R$ 24,28/mês
Banco Inter - R$ 27,70/mês
Itaú Unibanco - R$ 46,50/mês
O seguro de vida varia entre as apólices de cada seguradora, mas, geralmente, tem cobertura para morte natural ou acidental, invalidez por acidente e assistência funeral.
Apenas o traslado de um corpo entre estados brasileiros e os gastos com caixão, taxas de funerária e de serviços do cemitério giram em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil.
Custos e coberturas
Segundo especialistas, o interessado em um seguro de vida deve observar o total pago em caso de morte, além de comparar os custos e os tipos de cobertura.
Para a professora de finanças da Faap Virginia Prestes, apesar de muita gente ainda torcer o nariz ao pensar em se preparar financeiramente para um momento desses ou achar que seguro é um dinheiro jogado fora, essa organização também deve fazer parte do planejamento financeiro.
"Esse maior nível de educação financeira da população que vemos atualmente chega também à questão dos seguros, principalmente em relação aos seguros de vida, pois isso faz parte do planejamento financeiro", disse.
De acordo com Prestes, o seguro de vida é uma boa opção de proteção a todos. Mesmo para os mais jovens caso tenham algum dependente financeiro, seja um filho, um pai ou avô, por exemplo.
"Se você tiver algum dependente financeiro, com certeza precisa de um seguro de vida. Mas, ainda que você não tenha, o seguro de vida geralmente vem com um seguro de incapacidade ou de doenças graves, pois ninguém está livre de ter um acidente ou algo assim que o impossibilite de exercer sua profissão", afirmou.
Para Ana Flávia Ferraz, da FenaPrevi, o interessado deve entender em qual momento da vida o melhor custo benefício se encaixa. Por exemplo, se há muitos dependentes, o valor da apólice deveria ser maior, entre outras possibilidades.
"Em relação a produtos de seguros de vida, as possibilidades são inúmeras. Então quem busca um seguro desses deve associar ao seu momento, a sua etapa de vida, aquele que apresenta o melhor custo benefício. Acho que é interessante você sempre avaliar, a longo prazo, quais coberturas, valores, entre outros quesitos, podem se adaptar às suas necessidades de vida", disse.
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