Não é apenas o novo Bolsa Família que vai reeleger Bolsonaro, diz João Roma
Apontado como trunfo do governo federal para reverter a queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o novo Bolsa Família sozinho não é suficiente para reeleger o chefe do Executivo, avalia o ministro da Cidadania, João Roma.
Em entrevista à revista Veja, o ministro que comanda a pasta responsável pelo programa disse que reaquecer a economia também é importante para que Bolsonaro chegue ao processo eleitoral com possibilidade de se reeleger.
"O programa social é importante, mas não é apenas isso que vai reeleger o presidente. É importante reaquecer a economia. Área social e área econômica são duas faces da mesma moeda. Repare que não há reação de mercado, bolsa, dólar, quando o assunto é auxílio emergencial, porque esses valores retroalimentam a economia", disse João Roma.
Nesta semana, Bolsonaro confirmou o lançamento de um novo programa social que deve substituir o Bolsa Família. Segundo Bolsonaro, ele se chamará "Auxílio Brasil" e terá valor 50% superior ao atual programa de complementação de renda.
Bolsonaro, porém, não deu muitos detalhes sobre como será o novo programa e brincou dizendo que deixará os outros 50% para o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciar.
Hoje, o valor médio do Bolsa Família é de R$ 192. O presidente já havia se manifestado sobre o novo programa afirmando que ele seria de no mínimo R$ 300, mas que tinha intenção de aumentar o valor para até R$ 400.
Segundo João Roma, a definição do valor é complexa e precisa atender a critérios. "A reformulação dos programas sociais concentrando todos eles em apenas um não começa pelo valor, apesar de no meio político e no meio governamental todo mundo só querer saber disso", disse.
"Onde eu chego, a única pergunta é: "De quanto vai ser o benefício?". Uma vez brinquei: estou transformando um Fusca num bugue. Quanto vou colocar de gasolina no tanque desse bugue? Quando chegar no Posto Ipiranga, vou saber.", completou, referindo-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que é chamado de 'Posto Ipiranga' por Bolsonaro.
Sistema de trilhas
João Roma ainda disse que está em discussão um sistema de trilhas que pode elevar o benefício para até R$ 1.000 dependendo da combinação de situações. A discussão ocorre desde dezembro de 2020, com a possibilidade de inclusão de um programa de microcrédito. Porém, ainda é incerto como o benefício poderia chegar a esse valor e como seria a compensação deste crédito.
Segundo o ministro, o sistema de trilhas seria como "portas de saída" para o "beneficiário ascender na vida".
"As trilhas que estamos pensando incluem o governo ampliar a compra da produção agrícola de famílias, conceder crédito consignado à população em situação de vulnerabilidade, criar mecanismos para garantir o benefício até os 21 anos para aqueles que frequentam a escola. Dependendo da combinação de situações, a pessoa pode chegar a receber até R$ 1.000 mensais, quatro vezes o valor do tíquete médio do auxílio emergencial", disse.
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