App de compras em grupo dá desconto de 50% em arroz e feijão; vale a pena?
As compras no supermercado estão caras e você quer economizar? O aplicativo Facily promete baratear esses custos com a opção de compra em grupos de amigos ou familiares. A economia pode ser de mais da metade do preço.
Por exemplo, um saco com 5 kg de arroz sai por R$ 9,90. No site do Extra, o mesmo item custa R$ 19,99. O quilo do feijão é vendido na aba promocional do Facily por R$ 3,49, e no hipermercado o preço é mais que o dobro: R$ 7,19. Outro produto essencial, o óleo de soja, sai por R$ 2,99, contra R$ 7,85 na grande rede. O app tem versão grátis em Android e iOS.
O app foi criado em 2018, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, onde está localizado o centro de distribuição. Além de clientes, a empresa tem parceria com comerciantes que querem vender seus produtos na plataforma.
O app funciona na região metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Brasília.
Compra em grupos
Os descontos são conseguidos graças a compras coletivas, em quantidade. Após se cadastrar no Facily, o usuário poderá criar um grupo para convidar amigos para usarem o app ou entrar em um grupo já criado com pessoas interessadas em determinado item.
Os produtos são vendidos pela própria Facily e por terceiros - nesse caso, a empresa é responsável por intermediar o pagamento e a entrega dos produtos.
Os pagamentos incluem como opções cartão de crédito, boleto, transferência bancária e Pix e são feitos dentro da plataforma, com exceção de dinheiro, que é feito no ponto de retirada.
Como retirar
Os clientes pegam as encomendas em pontos de retirada, que são locais distribuídos em diferentes bairros da cidade. O ponto de retirada pode ser, por exemplo, uma casa ou um comércio. Os fretes são gratuitos em todos os pagamentos. A empresa não informou quantos pontos de retirada existem hoje.
A Facily disponibiliza em seu site um link para interessados se cadastrarem para serem um local de retirada de compras. Segundo a empresa, o usuário receberá um pagamento R$ 150 após efetuar as primeiras 20 entregas.
Prazo de entrega pode ser longo
De acordo com a plataforma, o prazo de entrega para qualquer aquisição "normalmente" é de 14 dias úteis a partir da data de aprovação do pagamento. Entretanto, usuários do aplicativo relatam que o atraso na entrega de produtos chega a mais de dois meses.
"Esse prazo pode sofrer variações em razão de dificuldades decorrentes de fatores fora do alcance e do controle da Facily (por exemplo, greves e dificuldades decorrentes de restrições de circulação estabelecidas com relação à pandemia de covid-19)", diz a companhia em comunicado no app.
Promoções
O aplicativo oferece para o usuário algumas recompensas e cupons promocionais. A principal delas é a Moedas de Ouro, que entrega moeda virtual para quem cumprir determinadas funções, como acessar diariamente o app.
As moedas podem ser usadas tanto na compra quanto na troca de produtos, bem como em promoções que permitem trocar as moedas para participar de sorteios de TVs, smartphones e fones de ouvido sem fio.
A modalidade Tamo Junto permite que o cliente escolha um produto de seu interesse e compartilhe com amigos a fim de baixar o preço. O valor diminui de acordo com a quantidade de cliques no link e pode sair de graça.
Reclamações em alta
No primeiro semestre de 2020, o Procon-SP registrou apenas cinco reclamações contra o serviço. No mesmo período deste ano, o número saltou para 11.563. A principal queixa é a não entrega de produtos.
Segundo o Procon, a Facily também não divulga com clareza o valor dos produtos sem o desconto. Assim, o consumidor não tem base para saber quanto estaria economizando.
O site Reclame Aqui também exibe uma reputação negativa da empresa: mais de 64 mil críticas. Menos da metade (48,1%) dos usuários voltaria a comprar com a Facily, informa a página. A nota do consumidor é baixa: 4,08 de 10.
O aumento das reclamações pode ter relação com o maior número de usuários. O UOL entrou em contato com a Facily, mas a empresa não revelou qual foi o seu crescimento durante o período nem comentou a alta nas reclamações.
Compras coletivas têm muitas reclamações
Segundo o coordenador do Master em e-commerce da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), de São Paulo, Alexandre Marquesi, o modelo de compras coletivas trouxe um frisson provocado por empresas como o Peixe Urbano, que encerrou as atividades em janeiro deste ano.
"Esse modelo perdeu musculatura por causa de reclamações e por depender de variáveis como a dependência de várias pessoas para comprar. Nem sempre se consegue. É uma iniciativa que se mostra boa, mas é preciso estudar o ecossistema", disse.
"O problema tem de ser estudado, não adianta pegar um modelo que deu errado e aplicar ao seu."
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