Ministro: Não há data para fim da bandeira da escassez na conta de luz
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou hoje que ainda não há previsão do fim da bandeira de escassez hídrica —taxa que passou a valer no começo de setembro para a conta de luz e que representa um aumento de quase 50% em relação à bandeira vermelha patamar 2, que estava sendo aplicada no mês anterior.
"Não há data determinada para isso terminar. Nós trabalhamos com planejamento, metodologia, mas estamos vivendo uma crise hídrica que mês a mês as afluentes são menores, e isso tira a previsibilidade de quando essa crise vai acabar", disse ele em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV.
Albuquerque disse que a expectativa é que, a partir de dezembro, quando o período de chuvas começar, a escassez diminua e a geração de energia volte ao normal, "mas não há como prever, fazer uma previsão em relação à hidrologia neste momento".
Quando a bandeira foi anunciada, a pasta previa que ela ficasse em vigor até 30 de abril de 2022. Com essa tarifa em vigor, são cobrados mais R$ 14,20 a cada 100 kWh. As bandeiras tarifárias são independentes da tarifa de energia, e acrescentadas ao valor da conta dependendo das condições de geração de energia no setor elétrico. Quando o cenário é favorável, não há acréscimo (bandeira verde). A bandeira amarela indica cenário menos favorável, enquanto as vermelhas (patamar 1 e 2) apontam para condições custosas de geração de energia.
A bandeira atual foi criada para bancar os custos extras com a importação de energia e o uso de termelétricas, mais caras. O país vive a pior crise hídrica em 90 anos.
Nova usina nuclear
Bento Albuquerque também falou sobre a construção da terceira usina nuclear brasileira, Angra 3. Ele prevê que a instalação comece a funcionar em 2026.
"A energia nuclear é importante para o país porque ela é uma geração de base firme", afirmou. "Ela vai ajudar muito para a transição energética, que não só o Brasil como o mundo passa, mantendo nossa matriz limpa".
Segundo a Associação Mundial Nuclear, esse meio corresponde atualmente a 3% da matriz energética do país.
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