Supermercado no Pará vende restos de peixe e clientes criticam nas redes
Uma imagem de restos de peixe sendo vendidas por um supermercado do Grupo Formosa, em Belém (PA), está repercutindo na internet. Uma das páginas que compartilhou a foto foi a "Belém City", no Twitter, que escreveu: "Carcaça de Peixe começou a ser vendida nos supermercados de Belém do Pará".
A foto, compartilhada pela jornalista Aline Brelaz, mostra uma bandeja de isopor com os restos de peixe e uma etiqueta de R$ 2,01 por pouco mais de 500 gramas dos itens, classificados como "carcaças de peixe". Ainda é possível visualizar que custa R$ 3,90 o quilo dos restos de peixe vendido no local.
No Twitter, um usuário também comentou que o mesmo supermercado está vendendo ossos. Na foto, é possível ver sacos plásticos com os ossos, com custos em torno de R$ 8, e o quilo sendo oferecido a R$ 4. "No Formosa passaram a vender ossos", escreveu.
Ao UOL, o Grupo Formosa explicou "que as carcaças de peixe comercializadas em seus supermercados são produtos vendidos desde a implantação da venda de pescado na rede, para preparo de caldos variados".
"Tal esclarecimento se deve às postagens do produto em redes sociais, com informações equivocadas sobre o assunto. Reiteramos nosso compromisso de oferecer sempre os melhores produtos para nossos clientes", finalizou o grupo em nota.
A ASPAS (Associação Paraense de Supermercados) informou que não vai se pronunciar sobre o caso.
Brelaz explica que a foto não é dela. Foi feita na terça-feira e postada ontem em um grupo de WhatsApp do qual faz parte. Nele, estão pessoas que lutam pela defesa dos direitos humanos. O UOL tenta contato com o autor da foto.
A jornalista conta que a imagem foi registrada em uma unidade da rede de supermercados no bairro da Cidade Nova, em Ananindeua, município da região metropolitana de Belém, onde ela sempre viveu e que nunca viu carcaça de peixe sendo vendida nela.
"Eu vou lá desde que abriu, na década de 90, e nunca vi vender carcaça de peixe. O que sempre vendeu foi a cabeça e o rabo, mas com carne, que as pessoas usam para fazer caldo ou caldeirada", afirma.
"É revoltante porque aquilo é só espinha de peixe. Dá uma angústia e ao mesmo tempo uma revolta de pensar que são grandes redes de supermercado, que não fecharam as portas na pandemia, lucraram muito porque quem tinha renda comeu mais no lockdown e agora os caras veem na miséria uma chance de lucrar mais. Isso é uma coisa infame e medieval. Nunca vou entender como o ser humano consegue lucrar com a fome e a miséria do outro", complementa.
Repercussão
Internautas criticaram a venda das carcaças. "Absurdo um estabelecimento comercializar carcaça de peixe, boi etc para vender a pessoas que estão quase na miséria. É de uma indignidade absoluta, falta de respeito, e somente visam lucro a qualquer custo", escreveu uma pessoa.
"Carcaça de peixe e ossos que antes eram jogados fora ou doados nos açougues, agora são vendidos. Os que estão passando fome, compram para servir de alimento e amenizar a sua fome. Esse é o infeliz retrato do retorno do desemprego, inflação e miséria em nosso país", declarou uma segunda pessoa.
Outros usuários saíram em defesa da rede, afirmando que os produtos sempre foram usados para fazer comida.
"Isto é ótimo para fazer caldeirada, e sempre foi muito utilizado. Não sei como vocês nunca tinham visto. É a mesma coisa com os ossos de gado para fazer sopa. Este comércio sempre existiu, e no Brasil todo. Não sei se é ignorância ou má-fé", tuitou outro.
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