Caminhoneiros se sentem traídos por Bolsonaro, diz deputado Nereu Crispim
O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS) disse hoje ao UOL News que os caminhoneiros se sentem traídos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas no Congresso, o parlamentar cobrou de Bolsonaro promessas feitas à categoria durante as eleições de 2018.
"A categoria dos caminhoneiros se sente traída pelo presidente Jair Bolsonaro, que lá em 2018 falava da problemática dessa política de preços da Petrobras", disse o deputado.
Desde o início do dia, caminhoneiros se concentram em rodovias do país, na paralisação prometida para hoje. Segundo líderes da categoria, decisões judiciais inibiram o fechamento de estradas, mas eles garantem que a paralisação está acontecendo.
Sobre a greve, Crispim diz não defendê-la, mas afirma entender as reivindicações dos caminhoneiros. Para ele, o país é um "paraíso fiscal" para as petrolíferas.
Particularmente eu e a própria Frente Parlamentar não defendemos a paralisação, mas também sabemos que eles têm direito de reivindicar melhores condições de trabalho. Essas altas sucessivas do óleo diesel vêm praticamente estabelecendo uma situação de miséria pelas estradas
Nereu Crispim
Críticas a ministro
O parlamentar fez várias críticas ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. De acordo com ele, Tarcísio deveria estar dialogando com a categoria.
"O ministro Tarcísio, que era a pessoa responsável por ser interlocutor com essa categoria, até então, durante esses dois anos e meio, não fez nenhuma entrega. É uma pessoa hoje, inclusive, que não é muito bem vista dentro da categoria dos caminhoneiros", disse Nereu.
O deputado ainda reclama da postura do governo de colocar a culpa do aumento dos combustíveis no ICMS cobrados pelos estados. Para ele, Bolsonaro tenta transferir a responsabilidade da questão para os governadores.
Sabemos veementemente que não é o ICMS o vilão. O vilão disso tudo é exatamente essa política de preço baseada no dólar, baseada na variação do barril do petróleo. Quem ganha com isso são os bancos e os lobbies dos importadores e os aplicadores
Nereu Crispim
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