Teste de DNA de vermes promete reduzir prejuízo nas lavouras
Um dos maiores problemas das lavouras brasileiras é a presença dos nematoides, vermes parasitas de diferentes tamanhos e tipos que povoam solos tropicais e chegam a causar, no Brasil, prejuízos de R$ 35 bilhões por ano, conforme estatísticas da Sociedade Brasileira de Nematologia. Em 2020, segundo a entidade, esses vermes provocaram danos de R$ 4 bilhões só em lavouras de soja. Quando contaminam o solo, eles atacam as raízes das plantas, dificultando o seu desenvolvimento.
Uma agrotech brasileira, startup que atua no segmento agropecuário, desenvolveu uma tecnologia para escanear esses vermes através do seu DNA e identificar, com antecedência, quais são os tipos de nematoide que realmente podem causar prejuízos às lavouras, e quais deles são inofensivos e até benéficos ao solo. De acordo com a Biome4All, a tecnologia chamada NemaScan consegue determinar com precisão a estrutura biológica da comunidade de vermes presentes no solo da lavoura.
Marcos Adonai Castro da Silva, microbiologista e cofundador da empresa, contou que o sistema permite a identificação de gênero e espécie dos vermes, e ainda, dos ovos que foram depositados no solo. "Esse nível de detalhamento não é possível com métodos mais tradicionais de análise de nematoides de solo", declarou.
De acordo com o especialista, a ferramenta também pode determinar informações sobre a estrutura alimentar da população de nematoides, indicar a suscetibilidade das culturas agrícolas e plantas de cobertura e até dizer ao produtor rural quais são os tipos de insumos indicados para combater aquele tipo de verme no solo.
Segundo Adonai, há algumas espécies de vermes que podem ser benéficas à agricultura e são utilizadas como indicadores de qualidade de determinados solos e até ajudam a combater infestações e ataques por insetos. "É uma tecnologia que nos permite identificar e quantificar os nematódeos presentes no solo, discriminando os organismos nocivos das outras espécies, o que é de extrema importância para o manejo de solos agrícolas."
Como é feita a análise genética
A análise genética dos parasitas acontece em três etapas: na primeira, é preciso retirar uma amostra do solo da lavoura usando um kit de coleta desenvolvido especificamente para esse fim.
Depois, o DNA é extraído da amostra e sequenciado e, por último, os dados obtidos no sequenciamento são processados e interpretados pela tecnologia, gerando um laudo de análise de solo com todas as informações que o agricultor precisa para realizar o manejo adequado.
O cuidado com o solo, nesse sentido, é parecido com a medicina humana. Ao especificar o diagnóstico, o agricultor pode utilizar o insumo específico para aquela praga. Quando ele usa um veneno geral, mata todos os micro-organismos, até aqueles que podem beneficiar o solo.
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