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Indústria sugere mudança em data de validade de alimentos não perecíveis

A mudança deve ser considerada somente para alimentos que permanecem estáveis em temperatura ambiente, que passam por processo de esterilização ou são embalados a vácuo - iStock
A mudança deve ser considerada somente para alimentos que permanecem estáveis em temperatura ambiente, que passam por processo de esterilização ou são embalados a vácuo Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

25/11/2021 17h06Atualizada em 26/11/2021 14h35

A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) propõe uma nova abordagem em relação ao conceito de data de validade para alimentos não perecíveis, como macarrão, leite e conservas. A ideia da associação é que a data de vencimento continue na embalagem dos alimentos, mas com a sinalização de que o consumo deve ocorrer preferencialmente até aquele dia — o fim do prazo não significa que o alimento não esteja mais adequado e seguro ao consumo.

"No Brasil, se passou da data limite, o alimento não pode mais ser comercializado nem consumido, o que pode fazer com que muita comida, ainda em condições adequadas e seguras para o consumo, vá para o lixo", disse o presidente executivo da ABIA, João Dornellas. Segundo ele, a mudança evitaria o desperdício de alimentos.

A regra proposta é a adoção do "best before", um conceito regulatório que indica o período mínimo em que um produto mantém o sabor e o valor nutricional, caso esteja armazenado conforme as determinações do fabricante e com a embalagem fechada.

A ideia é que, após esse período, o cliente descubra se o produto ainda está adequado ao consumo conferindo, ele mesmo, cheiro, aspecto e gosto.

A proposta foi apresentada no Fórum Nacional da Cadeia de Abastecimento, promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). A Abia diz, porém, que a adoção do "best before" deve estar vinculada a rígidos programas de qualidade, entre eles o controle e boas práticas de fabricação em relação a aspectos microbiológicos.

Segundo a indústria, países que já adotam o conceito não o consideram para produtos que tenham aspectos microbiológicos muito perecíveis, como carnes in natura, leite pasteurizado e queijos frescos. Por isso, a mudança deve ser considerada somente para alimentos que permanecem estáveis em temperatura ambiente, como macarrão, conservas, grãos, sucos de frutas, leite UHT, ou aqueles que passam por processo de esterilização ou são embalados a vácuo.

Ou seja, valeria para alimentos não perecíveis ou de baixo risco de contaminação, "desde que atendidas as orientações de armazenamento determinadas pelo fabricante".

Redução do desperdício

De acordo com uma pesquisa da Abras deste ano, produtos com a data de validade vencida são as principais perdas nos supermercados. Os dados mostram que, no varejo, 42,5% do descarte é de não perecíveis e têm como causa a data de validade vencida.

"Apenas em 2020, as perdas de perecíveis e não perecíveis por conta da data de validade expirada representaram R$ 2,18 bilhões", diz a nota da Abia.