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10 mais ricos dobram fortuna na pandemia, para US$ 1,5 trilhão, diz Oxfam

Os dez homens mais ricos do mundo mais que dobraram suas fortunas; Jeff Bezos está na lista - Andrej Sokolow/picture alliance via Getty Images
Os dez homens mais ricos do mundo mais que dobraram suas fortunas; Jeff Bezos está na lista Imagem: Andrej Sokolow/picture alliance via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

17/01/2022 08h16

As dez pessoas mais ricas do mundo mais que dobraram suas fortunas —de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão — durante os primeiros dois anos da pandemia de covid-19. Ao mesmo tempo, a renda de 99% da humanidade caiu, e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas à pobreza, segundo relatório da Oxfam.

As dez pessoas mais ricas do mundo incluem, segundo a revista Forbes, Elon Musk, o chefe da Tesla, Jeff Bezos (Amazon), Bernard Arnaud (LVMH), Bill Gates (Microsoft), Mark Zuckerberg (Meta/Facebook), Warren Buffett (Berkshire Hathaway) e Larry Ellison (Oracle).

"O aumento das desigualdades econômicas, de gênero e raciais e as desigualdades entre os países destroem nosso mundo", denuncia a ONG de luta contra a pobreza, em um relatório intitulado "As desigualdades matam" e publicado antes do Fórum Econômico de Davos.

Se esses dez homens perdessem 99,999% de sua riqueza amanhã, ainda seriam mais ricos do que 99% de todas as pessoas deste planeta Gabriela Bucher, diretora executiva da Oxfam International

Segundo a Oxfam, a riqueza dos bilionários aumentou mais desde o início da pandemia do que nos últimos 14 anos. Se um imposto único de 99% fosse cobrado sobre os lucros obtidos pelo grupo neste período, por exemplo, seria possível pagar vacinas para todo o mundo; fornecer saúde universal e proteção social, financiar a adaptação climática e reduzir a violência de gênero em mais de 80 países. Ainda assim, eles seriam US$ 8 bilhões mais ricos do que eram no início da covid-19.

"Os bilionários tiveram uma grande pandemia. Os bancos centrais injetaram trilhões de dólares nos mercados financeiros para salvar a economia, mas muito disso acabou enchendo os bolsos de bilionários em um boom do mercado de ações", explicou Bucher.

A ONG acrescenta que "podemos superar a pobreza extrema por meio de uma tributação progressiva" e sistemas públicos de saúde gratuitos para todos.

De acordo com a Oxfam, a desigualdade contribui para a morte de "pelo menos 21 mil pessoas por dia" por falta de acesso a cuidados de saúde, violência de gênero, fome e crise climática.

Bilionários no Brasil

No Brasil, são 55 bilionários com riqueza total de US$ 176 bilhões — desde o início da pandemia, o país ganhou 10 novos bilionários.

Os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 128 milhões de brasileiros, o equivalente a 60% da população.

A Oxfam também mostrou que a miséria e a fome explodiram no Brasil durante a pandemia. Em dezembro de 2020, 55% da população brasileira se encontrava em situação de insegurança alimentar.

A fome afeta mais duramente mulheres e pessoas negras no país: 11,1% dos lares chefiados por mulheres e 10,7% dos chefiados por pessoas negras estavam passando fome no fim de 2020.

O Fórum Econômico Mundial alertou que as grandes desigualdades no acesso às vacinas contra a covid-19 podem enfraquecer a luta contra as principais causas internacionais, como as mudanças climáticas.

O fórum presencial de Davos foi adiado para o verão devido à variante ômicron, mas uma edição online começa nesta segunda-feira e vai até 21 de janeiro.

* Com informações da AFP